12/07/2006 - 7:00
Paulo Santana, diretor de marketing: Três novos nichos de mercado em
um ano e meio
Real valorizado, carga tributária exorbitante e concorrência feroz dos asiáticos estão atrapalhando as exportações de calçados brasileiros. Esse discurso está na ponta da língua de qualquer empresário do setor calçadista. Na gigante Azaléia não é diferente. Ela vendeu 9,5 milhões de pares de calçados no Exterior em 2002. Para este ano, a previsão é que o volume não passe dos 4 milhões de pares. Uma queda preocupante para uma empresa que produz 36 milhões de pares por ano e que tinha nas exportações um quarto da receita anual de mais de R$ 1 bilhão (em 2005). A boa notícia é que o grupo, um dos cinco maiores produtores mundiais de calçados, está se virando ? e bem. A última medida para driblar as perdas ? baseada na simples lógica do ?já que não dá para exportar, o jeito é investir no mercado interno? ? foi anunciada na semana passada: a companhia, que historicamente apoiou seu negócio na faixa mais popular do mercado, com as marcas Dijean e Azaléia, lançou uma grife sofisticada para as mulheres: a A/Z. ?Os novos modelos têm design internacional (feito por estilistas americanos e italianos), acessórios nobres como pedras semipreciosas e são confeccionados em couro natural?, explica Paulo Santana, diretor de marketing da empresa. O preço, naturalmente, é outro. Enquanto um calçado da marca Azaléia custa, em média, R$ 50, um modelo A/Z pode chegar a R$ 120.
Além de proporcionar maior rentabilidade, a nova marca joga a Azaléia no segmento fashion do mercado, que comercializa 10 milhões de pares por ano no Brasil. O lançamento da A/Z faz parte de um processo de reestruturação iniciado há dois anos, baseado no ingresso do grupo em novos nichos. Foram três estréias no último ano e meio: nos segmentos infantil (com a marca Funny) e masculino jovem (com a OLK). ?O desempenho dos sapatênis OLK surpreendeu. Vendemos 11 mil pares por dia?, comemora Santana.
As novidades da Azaléia estarão amparadas pela grande exposição da marca na mídia até o ano que vem. Com a marca Olympikus, a empresa é uma das patrocinadoras oficiais dos Jogos Panamericanos do ano que vem, no Rio de Janeiro. E até lá terá investido R$ 100 milhões na maior campanha de marketing de sua história. O grupo quer aumentar em 30% suas vendas de roupas, acessórios e calçados esportivos da Olympikus. ?As demais linhas vão crescer junto com a Olympikus?, prevê Santana.