A Azul, que entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos – o chamado Chapter 11 – deverá implementar uma redução de 35% na contagem de aeronaves na sua frota futura. A informação consta de um documento enviado a investidores que foi protocolado nesta quarta-feira, 28, na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A empresa frisou que as operações e vendas de bilhetes seguem inalteradas, tal como o programa de fidelidade.

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Além da redução na frota de aviões da Azul, a companhia planeja eliminar US$ 2 bilhões em dívidas e obter US$ 1,6 bilhão em financiamento DIP, com US$ 670 mi reforçando o caixa.

Junto com isso, a companhia espera uma redução de Capex, já que por conta do corte na frota haverá uma diminuição dos custos de manutenção e um menor crescimento de Assentos-Quilômetro Oferecidos (ASK, na sigla em inglês).

A empresa também espera uma redução da exposição cambial, com desalavancagem financeira.

No mesmo documento, a companhia revisa para baixo sua previsão de receita para os próximos anos. O guidance para 2026 saiu de R$ 24,6 bilhões para R$ 23,1 bilhões. Já em 2027, passou de R$ 27,9 bilhões para R$ 24,9 bilhões.

Em 2025, a projeção de receita da companhia aérea foi mantida em R$ 22 bilhões.

Menos aviões, menos custos para a Azul

Com as medidas após o pedido de recuperação judicial, a empresa espera ver uma queda de US$ 744 milhões com custos atrelados ao arrendamento de aeronaves entre 2025 e 2029.

À Reuters, o CEO da empresa, John Rogerson, declarou que a companhia não planeja ficar tanto tempo sob o Chapter 11, deixando o status antes mesmo do ano virar.

“Acreditamos que podemos entrar e sair antes do final do ano”, disse Rodgerson sobre o processo.

“A saída às vezes é a parte mais difícil deste processo. Então, já estamos entrando com a saída em mente e com o financiamento garantido”, completou o executivo da Azul.