23/04/2014 - 13:07
A Azul Linhas Aéreas anunciou, nesta quarta-feira 23, mais um passo para se tornar uma das maiores companhias aéreas do País. Conhecida por suas rotas regionais com jatos da Embraer, a empresa começará a voar, no início de 2015, para os Estados Unidos. O fundador da Azul, David Neeleman, acredita que a demanda para a terra do Tio Sam vai duplicar com a oferta de voos pela companhia.
A concorrência com a Gol, que também mira o mercado americano, não preocupa Neeleman. Segundo ele, a vantagem da Azul é que seus voos serão diários, e a Gol fará um voo semanal com escala na América Central. Além disso, a Azul aposta na sua rede de rotas regionais para captar passageiros para o Exterior. Hoje, a companhia opera em 104 cidades, por meio de 880 voos diários. “Continuamos sendo uma empresa regional muito forte. Esse novo passo vai permitir que o Brasil do interior possa ir mais longe”, afirmou Antonoaldo Neves, presidente executivo da Azul.
Outra vantagem seria o conhecimento do mercado pela Azul. “Nós sabemos para onde os brasileiros querem ir, por isso, os primeiros voos serão para Miami, Orlando e Nova York”, afirmou Neeleman. Segundo ele, a companhia deverá fazer um acordo de codeshare com a americana JetBlue, também fundado pelo empresário e no qual se inspirou para criar a Azul, para a distribuir os brasileiros nos Estados Unidos.
Atualmente, 85% dos voos para os Estados Unidos são feitos por companhias americanas. Hoje, pelo acordo bilateral firmado pelos dois países, há espaço para empresas brasileiras operarem essa rota. Em contrapartida, já não há mais slots (horários disponíveis para pouso e decolagem) para as americanas. Os voos vão sair de Viracopos, a princípio, e já estão autorizados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Frota
Para viabilizar sua estreia no Exterior, a Azul assinou um contrato de leasing de 11 aeronaves da Airbus. O negócio pode chegar a US$ 2 bilhões. Serão cinco modelos A 350, que chegam em 2017, e seis A 330, que estarão no Brasil a partir de julho deste ano. O arrendamento terá um prazo entre oito e 12 anos e foi feito junto à empresa ILFC. Os cinco aviões A350 são todos da IFLC. Já, dos seis A 330, quatro são da IFLC. Os outros dois, a Azul pode comprar ou alugar por outra empresa de leasing. A empresa ainda estuda a melhor opção.
“Não queríamos esperar a chegada dos A 350, por isso, arrendamos seis A 330 para iniciar a operação”, afirmou Neeleman. A escolha pelos aviões da Airbus foi feita em razão do prazo de entrega e do custo por assento, 15% menor que o do Boeing 787, a principal alternativa.
“Nós queríamos um avião maior, e o 787-800 demoraria de dois a três anos para chegar à nossa frota”, disse Neeleman. “Além disso, os pilotos que operam o A 330 podem também operar o A 350, o que não ocorre nos aviões da Boeing”.