14/07/2025 - 18:20
Com a residência de 30 datas até setembro em San Juan, capital de Porto Rico, o cantor de reggaeton Bad Bunny deve movimentar cerca de US$ 180 milhões (R$ 1 bilhão no câmbio atual) na economia local, atraindo 600 mil turistas, segundo dados da agência Discover Puerto Rico.
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Das 30 datas da residência de Bad Bunny, 9 são exclusivas para moradores de Porto Rico – todavia os shows tiveram a presença de personalidades como LeBron James.
Os 450 mil ingressos colocados à venda foram esgotados rapidamente, e a procura fez o artista anunciar uma turnê mundial – que, desta vez, não inclui os Estados Unidos, em uma decisão que pode ser política apesar do cantor já ter declarado que é porque os ‘fãs americanos já tiveram muitas oportunidades de vê-lo’.
Esse novo projeto marca mais um capítulo na trajetória de Benito Antonio Martínez Ocasio, nome de batismo de Bad Bunny.
Entre 2020 e 2022, ele foi o artista mais ouvido no Spotify globalmente pelos três anos consecutivos, um feito inédito para um cantor de língua não inglesa. Em 2023, ocupou a quinta posição no ranking mundial da plataforma.
No ambiente digital, os números de Bad Bunny seguem em alta. Ele soma mais de 81 milhões de ouvintes mensais no Spotify e tem seis clipes no YouTube com mais de 1 bilhão de streams, com mais de 50 milhões de inscritos em seu canal.
Do ponto de vista financeiro, o cantor de reggaeton figura entre os músicos mais bem pagos do mercado. Estimativas da Celebrity Net Worth e da Forbes apontam que sua fortuna esteja entre US$ 50 milhões e US$ 88 milhões de dólares, considerando turnês, publicidade, colaborações e acordos comerciais.
Em 2022, a World’s Highest-Paid Entertainers, da Forbes, colocou o artista de Porto Rico entre os dez artistas mais bem remunerados do mundo.
Bad Bunny, política e a questão migratória
Além dos palcos, Bad Bunny também tem usado sua visibilidade para se posicionar sobre temas políticos.
No início deste mês, no dia 4 de julho – data da Independência dos Estados Unidos – ele lançou o clipe de Nuevayol, onde faz críticas diretas ao ex-presidente Donald Trump e à política migratória dos Estados Unidos.
No vídeo, o cantor satiriza a abordagem rígida contra imigrantes latinos e retrata situações vividas por porto-riquenhos e demais cidadãos de origem hispânica em solo americano.
Vale lembrar que, embora Porto Rico faça parte dos Estados Unidos, a ilha é classificada como território não incorporado. Isso significa que seus residentes são cidadãos americanos, mas não têm direito a voto para presidente e dependem do Congresso dos EUA para decisões políticas e orçamentárias importantes. Esse status gera discussões recorrentes sobre a possibilidade de independência ou transformação em estado oficial.
Bad Bunny já havia abordado temas políticos em outros momentos. Em 2019, participou de manifestações em San Juan pedindo a renúncia do então governador Ricardo Rosselló. Na ocasião, o cantor interrompeu compromissos profissionais para integrar os protestos.
Dados do Pew Research Center mostram que, entre 2020 e 2023, os Estados Unidos registraram cerca de 2,7 milhões de solicitações de asilo de imigrantes latino-americanos, reflexo das políticas de controle migratório mais severas implantadas na última década. Para a comunidade porto-riquenha, embora cidadãos americanos, o sentimento de tratamento desigual em relação a estados do território continental segue como pauta política.
A nova fase de Bad Bunny reforça o posicionamento do artistas acerca desse tema. Ao anunciar uma turnê mundial sem incluir os EUA e passando por vários países da América Latina, Europa, Ásia e Austrália, o artista enviou uma mensagem simbólica que repercutiu entre seus fãs e setores da imprensa internacional.
