As medidas de redução das tarifas de importação adotadas em março pelo governo federal começaram a surtir efeito no bolso do consumidor, mas de forma mais pontual do que ampla. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o principal impacto até o momento foi observado no preço do azeite, que apresentou queda de até 12% nas gôndolas.

“Sentimos de imediato uma redução de 10% a 12% no valor do azeite, reflexo direto da queda nas alíquotas de importação”, afirmou o vice-presidente da Abras, Marcio Milan. No entanto, ele pondera que o impacto mais amplo previsto pelas projeções iniciais do governo ainda não se concretizou.

Segundo o executivo, o preço do azeite é influenciado por diversos fatores, incluindo a recente seca na Europa, principal região exportadora para o Brasil. Contudo, pondera que o Brasil está começando a produzir mais azeite no Sul do País, mas a tradição e o volume ainda são predominantemente de Espanha e Portugal.

De acordo com Milan, a maioria dos produtos incluídos na medida redução tributária tem baixa representatividade nas importações do setor supermercadista. “O mercado já se ajustou. Fora o azeite, os demais itens isentados têm pouca participação no volume total importado. Por isso, o efeito prático para o consumidor final foi limitado”, explicou.

Assim, o executivo reforça que a redução das tarifas foi anunciada com o objetivo de aliviar os preços de produtos importados e combater pressões inflacionárias, mas, até o momento, os resultados concretos ainda estão concentrados em nichos específicos.