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Atente para esses números: de cada 150 bares, casas noturnas e restaurantes abertos em São Paulo, 100 deles não chegam a completar o primeiro ano de vida. Dos que restam, uma parte luta para sobreviver e a outra parcela, uma minoria que dá para contar nos dedos, brilha. Duas casas noturnas da capital paulista se encontram nesse seleto grupo das que se mantêm no topo.

O Cafe de la Musique, um dinning club, nome pomposo para um restaurante mesclado com boate, localizado no bairro do Itaim Bibi; e a Pacha, criada em Barcelona há 42 anos, com 20 filiais mundo afora e uma delas no bairro paulistano da Vila Leopoldina, têm uma fórmula imbatível. Para permanecer entre as mais frequentadas num universo de 13 mil restaurantes, de 15 mil bares e de duas mil casas noturnas, apenas em São Paulo, elas apostam no bom relacionamento de seus donos e na renovação constante. “Mudamos o layout da casa de seis em seis meses e estilistas renomados como Ricardo Almeida, Amir Slama e Valdemar Iodice assinam a decoração”, explica Cadu Paes, sócio do Cafe de la Musique. Essa receita começa a ser exportada para outros Estados. A Pacha ganhou uma unidade na praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis e outra na Rua das Pedras, em Búzios. Já o Cafe de la Musique apostou em novas casas em Curitiba e também em Jurerê Internacional. Mas o crescimento não parou. Os clubes têm planos de abrir mais três casas ao longo dos próximos três anos.

Para abrir uma casa desse porte, o investimento gira em torno de R$ 2 mil por metro quadrado. “Mas o que os donos da marca querem saber é a experiência e o currículo do empresário”, diz Leo Sanchez que, em 2001, trouxe a Pacha junto com os empresários Fernando Martins, Carlos Kalil e Paulo Zegaib, que já eram proprietários da Sirena, em Maresias, litoral norte de São Paulo. “Pesquisamos várias marcas de Ibiza e Londres, mas achamos que a Pacha tinha mais a ver com São Paulo”, conta Leo Sanchez. “É um lugar para ver e ser visto, com música boa e personalidades vips”. Antes de inaugurar um endereço fixo, os empresários realizaram festas temáticas pelo Brasil durante quatro anos. Só em 2005, depois de ter feito da Pacha uma grife das baladas, eles abriram a casa noturna. Agora, chegou o momento de expandir para outras cidades brasileiras. Os próximos destinos são Brasília, Porto Alegre, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, os dois últimos já em processo de criação.

As capitais Belo Horizonte, Porto Alegre e Brasília também despertaram o interesse do Cafe de la Musique. Nascida em 2005, a casa tem como sócios Álvaro Garnero, Cadu Paes, Antonio Conti, Carlos Duque e Dennis Guerin. “Nossa casa foi a primeira com conceito de dinning club no Brasil”, explica Paes, que conta com a ajuda de Leonardo Ribeiro, franqueado do Cafe de la Musique em Florianópolis, para expandir a marca. Além da parceria na casa noturna, os dois são sócios na Care Marketing, empresa que cuida da estruturação e expansão da grife.

Karime Xavier/AG. ISTOÉ

“A casa tem parcerias estáveis com fornecedores e patrocinadores e a cidade também sai ganhando”, aposta Ribeiro. Entre 2009 e 2010, serão abertas filiais do Cafe de la Musique em Indaiatuba, no interior de São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre. Com um faturamento médio estimado em R$ 500 mil por mês, os donos da marca receberão royalties de 5%. “Ainda estamos estudando a entrada em cidades como o Rio de Janeiro e Brasília”, diz Ribeiro. O investimento médio de cada Cafe de la Musique é de cerca de R$1,5 milhão e os empresários já têm sido procurados para levar a franquia para fora do Brasil. “Não temos nada definido, mas as propostas existem”, diz Paes. “O importante é ter cuidado, já que o nosso foco é garantir a mesma qualidade em todas as franquias.” Para que as casas tenham o mesmo sucesso da unidade de São Paulo, treinamentos de equipe, padronização de ambiente e de serviço e auditorias frequentes são realizadas.