01/12/2022 - 16:06
Por Bernardo Caram
(Reuters) – A balança comercial brasileira registrou superávit de 6,675 bilhões de dólares em novembro, contra um déficit de 1,110 bilhão de dólares no mesmo período do ano passado, informou o Ministério da Economia nesta quinta-feira, no melhor resultado para o mês da série histórica iniciada em 1989.
Pesquisa da Reuters com economistas apontava expectativa de saldo positivo de 5,024 bilhões de dólares para o período.
O número do mês passado é resultado de 28,164 bilhões de dólares em exportações –30,5% acima do observado em novembro de 2021– e 21,489 bilhões de dólares em importações –queda de 5,5%.
A dinâmica das exportações no mês foi explicada por uma alta de 8,0% nos preços dos produtos, na comparação com novembro de 2021, enquanto o volume vendido subiu 27,2%.
No recorte por atividade econômica, houve avanço nas exportações de agropecuária (+60,8%), da indústria extrativa (+34,4%) e da indústria de transformação (+21,5%).
No mês, o desempenho das importações foi explicado por uma alta de 7,6% nos preços dos produtos, enquanto houve queda de 4,9% no volume comprado –novembro de 2021 teve um dia útil a menos que o mesmo mês deste ano, o que impacta as comparações.
No acumulado de janeiro a outubro, o comércio exterior brasileiro registrou um saldo positivo de 58,0 bilhões de dólares, patamar 0,7% menor do que o observado no mesmo período de 2021.
O resultado do ano é fruto de 308,8 bilhões de dólares em exportações (+19,9%) e 250,8 bilhões de dólares em importações (+25,5%).
Em outubro, o Ministério da Economia revisou a projeção para o resultado da balança comercial brasileira no encerramento de 2022, de 81,5 bilhões de dólares para 55,4 bilhões de dólares, diante de um recuo na expectativa para exportações e uma alta na estimativa das importações.
O subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão, disse que com o encerramento do ano se aproximando os dados da balança comercial estão alinhados às expectativas da pasta.
“Temos um ano de recordes para o comércio exterior brasileiro, com demanda mundial muito aquecida, sobretudo no primeiro semestre, e a demanda brasileira também, mas muito influenciado pelo preço”, disse.
Para Brandão, o ano deve ser encerrado com uma corrente de comércio (soma de exportações e importações) acima dos 600 bilhões de dólares –até novembro, o dado ficou em 560 bilhões de dólares.