A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 2,99 bilhões em setembro, com uma soma de US$ 27,541 bilhões em importações e de US$ 30,531 bilhões em exportações. Foi o maior valor exportado para um mês de setembro na série histórica. Os dados da balança comercial foram divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) nesta segunda-feira (6).

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O resultado da balança comercial veio acima de expectativas de economistas consultados em pesquisa da Reuters, que estimou superávit de US$2,650 bilhões para o mês. O MDIC revisou assim suas projeções para a balança comercial neste ano, aumentando sua previsão de saldo para um superávit de US$60,9 bilhões. Em julho, o MDIC previa superávit de US$50,4 bilhões para este ano. Em 2024, o superávit foi de US$74,2 bilhões.

Foi o primeiro mês que se iniciou e terminou com o tarifaço dos Estados Unidos já em vigor, e as exportações para o país sofreram uma retração significativa de 20,3% na comparação com 2024. A taxa de 50% sobre produtos brasileiros imposta por Donald Trump entrou em vigor no dia 6 de agosto e, no primeiro mês após a medida entrar em vigor, as exportações do Brasil ao país haviam caído 18,5%.

Na outra ponta, as exportações para diversos outros parceiros cresceram, sobretudo na Ásia, com aumento de 133,1% ou US$ 0,5 bilhões nas embarcações para Singapura; de 124,1% ou US$ 0,4 bilhões para a Índia; 80,6% ou US$ 0,1 bilhões para Bangladesh; 60,4% ou US$ 0,1 bilhões para a Filipinas e 14,9% ou US$ 1,1 bilhões para a China.

As vendas brasileiras para a América do Sul também cresceram, com alta de 29,3% e a Argentina como destaque na região, com aumentou de 24,9% em suas compras. Para a União Europeia, o crescimento de exportações foi de 2%.

Itens exportados

O destaque do mês foi uma recuperação do setor do agronegócio. O setor cresceu 18,0% em valor em comparação com setembro de 2024, atingindo US$ 6,7 bilhões em exportações. Com isso, sua participação no total exportado pelo país subiu de 20,0% para 22,0%.

A carne bovina liderou os ganhos, com um salto de 55,6% nas vendas, o que representou um aumento de US$ 0,63 bilhão. O milho registrou alta de 22,5%, com um faturamento adicional de US$ 0,28 bilhão. Já as exportações de soja cresceram 20,2%, um aumento de US$ 0,52 bilhão.

Fora da agropecuária, houve destaque para os veículos automóveis de passageiros, que tiveram um crescimento expressivo de 50,0%, adicionando US$ 0,23 bilhão à balança.

Exportações recordes em mês de grandes importações

Já as importações no mês tiveram um aumento de 17,7% em relação a 2024 impulsionado sobretudo por um item específico: um crescimento extraordinário de 14.669,5% em “Plataformas, embarcações e outras estruturas flutuantes”. O total passou de US$ 16 milhões em setembro de 2024 para US$ 2,375 bilhões no mesmo mês de 2025. O motivo foi a compra de uma plataforma de petróleo de Singapura por uma empresa que opera no Brasil.

Em fevereiro, o dado de importações já havia sido impactado por uma movimentação parecida, quando a compra de uma plataforma de petróleo no valor de US$ 2,7 bilhões acabou por levar a balança comercial do mês a registrar um valor negativo.

Neste mês, com o valor recorde de exportações, o resultado da balança comercial conseguiu se manter positivo.