10/07/2025 - 8:44
Estados Unidos são segundo maior parceiro comercial para o Brasil, que é o nono maior destino de produtos americanos. Saldo final é favorável aos EUA.Para o Brasil, os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Já para os Estados Unidos, o Brasil é apenas o 15º na lista de parceiros comerciais, conforme o órgão de estatísticas americano, o US Census Bureau.
Os Estados Unidos são tanto o segundo país de quem o Brasil mais compra como o segundo para quem mais vende. Só a China é um parceiro comercial mais importante.
Já a importância do Brasil para os EUA é assimétrica: o Brasil é muito mais importante como mercado para vender produtos (nono maior comprador de bens americanos) do que como origem de bens (18º lugar entre os que vendem para os EUA), segundo os dados de 2024 do US Census Bureau.
Assim, os Estados Unidos costumam ter superávit na sua relação comercial com o Brasil, e isso já há vários anos. As informações disponíveis no site do MDIC mostram quem, de 1997 até 2025 (período para o qual há dados disponíveis), os Estados Unidos venderam mais do que compraram num total de quase 50 bilhões de dólares.
Desde 2009, a balança comercial é favorável aos Estados Unidos. De lá para cá, o superávit americano é de 90,3 bilhões de dólares.
O que se negocia entre EUA e Brasil
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, em 2024, o Brasil vendeu para os Estados Unidos principalmente petróleo bruto, ferro ou aço semimanufaturado, café em grão, pastas químicas de madeira (usadas na indústria, por exemplo para fabricar papel) e aviões e outros veículos aéreos. Carnes bovinas e suco de laranja também estão entre os produtos brasileiros vendidos aos EUA. O Brasil é o maior exportador de suco de laranja do mundo.
Já os principais itens que os Estados Unidos venderam para o Brasil, segundo a lista do MDIC de 2024, são componentes para a fabricação de aviões (partes de turborreatores ou de turbopropulsores, bem como turborreatores de empuxo superior a 25 kN), gás natural liquefeito e petróleo bruto. Óleo diesel, naftas para petroquímica (líquido derivado do petróleo usado nessa indústria) e carvão betuminoso também se destacam na lista.
Produtos de alta concentração
Em maio, uma análise da consultoria Nexus Pesquisa e Inteligência de Dados mostrou que, dos dez produtos mais importados pelo Brasil, cinco vêm dos Estados Unidos, com destaque para os turborreatores usados em aeronaves.
É dos Estados Unidos que vieram 85% dos turborreatores de empuxo superior a 25 Kn e 66% de partes das turborreatores ou de turbopropulsores usados na construção de aeronaves. O país também foi fonte de 54,5% das naftas para petroquímica, de acordo com o levantamento.
Essa situação de alta concentração em poucos fornecedores sugere que a imposição de tarifas de importação pelo Brasil, como ameaçado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em retaliação a um novo tarifaço anunciado pelo presidente Donald Trump, teria um significativo impacto na balança comercial entre os dois países, concluiu a Nexus.