O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, avaliou que a melhora do resultado positivo da balança comercial responde integralmente pelo aumento do resultado de transações correntes em maio, que ficou positivo em US$ 649 milhões. Este é melhor desempenho para meses de maio desde 2021, quando o saldo foi positivo em US$ 1,995 bilhão – o maior superávit para o mês da série.

“Houve melhora de US$ 5,3 bilhões no resultado do balanço de pagamentos de maio de 2022 para 2023, devido ao superávit comercial”, destacou Rocha.

Pela metodologia do Banco Central, a balança comercial registrou saldo positivo de US$ 9,719 bilhões em maio. Segundo Rocha, o resultado é o maior para qualquer mês na série histórica do BC, iniciada em 1995.

Já a conta de serviços ficou negativa em US$ 3,123 bilhões em maio. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 5,984 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou positivo em US$ 307 milhões.

Acumulado do ano

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central também destacou que há uma redução significativa no déficit de transações acumulado no ano de 2022 para 2023.

No ano até maio, a conta corrente teve rombo de US$ 12,647 bilhões. No mesmo período do ano passado, o saldo era negativo em US$ 21,099 bilhões.

A estimativa atual do BC é de déficit na conta corrente de US$ 32 bilhões em 2023. A projeção pode ser atualizada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) deste mês.

Em 12 meses, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 48,545 bilhões, o que representa 2,45% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse é o menor déficit em proporção do PIB desde março de 2022, quando ficou em 2,43%.

“Trata-se de um déficit baixo, inteiramente financiado pelos fluxos de capitais de longo prazo”, reforçou Rocha.