08/12/2004 - 8:00
Eis um banco diferente. Não tem agências, não oferece talões de cheque nem cartões de crédito, não tem fundos de investimento e não empresta dinheiro. É um animal financeiro raro, único da sua espécie no Brasil. Desde a sexta-feira 3, funciona em São Paulo uma instituição chamada Banco BM&F de Serviços de Liquidação e Custódia. Controlado pela Bolsa de Mercadorias & Futuros ? e umbilicalmente ligado a ela, a começar pelo endereço comum, no centro de São Paulo ?, o banco foi criado com a função de intermediar os pagamentos e as transferências de valores entre as corretoras de valores, seus clientes investidores e a própria BM&F. Some-se a isso a custódia dos ativos depositados como garantia para as operações no mercado de derivativos e tem-se um bom resumo das atividades do Banco BM&F. Estranho? Inusual talvez seja a palavra, sobretudo quando se sabe que, diferentemente de 99,9% de seus pares, este banco não visa lucro. ?É verdade?, jura Carlos Eduardo Lofrano, diretor operacional da instituição. ?A finalidade é aumentar a eficiência, a transparência e a segurança das operações da BM&F e, conseqüentemente, aumentar o volume de negócios.?
Aberto com meros R$ 17,5 milhões, capital social mínimo exigido pelo Conselho Monetário Nacional, o banco não pretende ser um provedor de recursos, mas de serviços para os corretores que atuam naquela bolsa. A proposta é cobrar apenas o suficiente para bancar suas despesas operacionais. Que serão baixas, já que o Banco BM&F foi projetado para ser totalmente eletrônico. Sem agências, lojas ou correspondentes bancários, a instituição concentrará na internet toda a movimentação dos recursos de seus clientes. Para os corretores, além do menor custo e da maior segurança ? já que todas as operações estarão centralizadas em um único ambiente virtual conectado ao pregão eletrônico da bolsa ?, a principal vantagem é a possibilidade de monitorar on-line a movimentação de suas contas. De acordo com a experiência européia, instituições desse tipo fazem bem para as bolsas, a seus investidores e também para a Interpol. ?A centralização das operações?, ensina Lofrano, ?é a melhor salvaguarda contra a lavagem de dinheiro?.
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R$ 17,5 milhões É o capital social de abertura do Banco da BM&F |