O Banco do Brasil registrou nesta sexta-feira, 1º, uma queda expressiva de 6,85% em suas ações, o que resultou em uma perda de R$ 7,7 bilhões em valor de mercado. A instituição encerrou o pregão com valor de R$ 104,75 bilhões, retornando a patamares que não eram vistos desde 16 de janeiro de 2023, quando o banco era avaliado em R$ 101,6 bilhões. 

Banco do Brasil tem maior desvalorização diária desde 2023

A magnitude da queda chama atenção não apenas pelo impacto financeiro imediato, mas também pelo contexto histórico. Segundo levantamento da consultoria Elos Ayta, essa foi uma das maiores desvalorizações diárias em termos absolutos desde o início do atual ciclo político e econômico, superando inclusive perdas observadas durante eventos macroeconômicos recentes.

O gráfico mostra que o pico do valor de mercado do Banco do Brasil foi atingido em 6 de fevereiro de 2024, quando a instituição era avaliada em R$ 170,08 bilhões. Desde então, a perda acumulada chega a impressionantes R$ 65,33 bilhões — um recuo de mais de 38% em menos de 18 meses.

Ao longo do gráfico, observa-se uma trajetória marcada por oscilações, com períodos de recuperação seguidos de correções. Após atingir o topo em fevereiro de 2024, o banco ainda tentou sustentar níveis elevados ao longo do primeiro semestre, mas não resistiu à deterioração do cenário macroeconômico em 2025. No segundo semestre, a trajetória de queda se intensificou, culminando na perda expressiva registrada em 1º de agosto.

 

Julho termina em queda, agosto começa em baixa

Em 31 de julho, o banco já havia encerrado o pregão com valor de mercado de R$ 112,45 bilhões. O tombo do dia seguinte reforça a percepção negativa do mercado, que tem reagido com cautela à conjuntura política, à elevação da taxa Selic e a temores fiscais.

O gráfico destaca ainda uma linha vermelha no nível de R$ 100 bilhões, considerada uma faixa de suporte psicológico relevante para os investidores. Embora ainda não tenha sido rompida, o valor de mercado atual aproxima-se perigosamente dessa marca.

O recuo das ações do Banco do Brasil nesta semana acende um sinal de alerta sobre a confiança do mercado em relação à instituição, e, em sentido mais amplo, ao setor bancário tradicional. O retorno ao nível de valor de mercado observado no início de 2023 mostra que o banco está, aos olhos do mercado, praticamente no ponto de partida após quase dois anos de volatilidade.