O que você faz em 1 minuto e 30 segundos? Alexandre Riccio, vice-presidente do Banco Inter, fez o seguinte: com sua conta no cheque especial, acessou sua carteira de investimentos, resgatou um valor para cobrir o déficit, enviou US$ 50,00 para sua conta global, comprou um gift card da Starbucks e fez uma transferência para um amigo brasileiro que tem uma conta do Inter nos Estados Unidos. Tudo isso em 90 segundos, ao vivo, pelo SuperApp do banco, com a movimentação projetada em um telão para o público que assistiu sua apresentação no Tech Day do Banto Inter, durante a Brazil Week em Nova York (EUA), semana passada.

Essa foi apenas uma de quatro exposições feitas por executivos da instituição financeira, que usou o evento para se apresentar aos investidores e analistas americanos, apesar de já atuar por lá há dois anos e ter suas ações negociadas na Nasdaq desde junho de 2022. “A tecnologia é nosso principal diferencial competitivo. Olhamos para a evolução de produto, a capacidade de crescer, em diversificação, e entregamos tudo em um único aplicativo”, disse Riccio à DINHEIRO logo após a apresentação.

(Divulgação)

As companhias financeiras nem sempre tiveram essa dinâmica e essa capacidade de resolução rápida. Em um passado não tão distante, 10 anos atrás, o próprio executivo do Inter vivenciava os atrasos burocráticos do setor. Como superintendente de banco, teve de assinar um documento para confirmar que um funcionário era mesmo da instituição e, assim, pudesse abrir uma conta em um banco público. Ainda assim, o colega não conseguiu o registro bancário, pois era necessária a assinatura de um diretor estatutário.

Foi por essas e outras dificuldades que o Banco Inter resolveu aplicar tecnologia pesada e de ponta na sua digitalização para revolucionar o segmento.
Em 2015, lançou a primeira conta bancária digital e gratuita do Brasil.
Também foi pioneiro em deixar de lado os servidores para migrar à nuvem.
Também saiu na frente a colocar um marketplace dentro de um app financeiro (com dezenas de parceiros, aqui e nos EUA, que oferecem descontos e cash back) e a integrar uma conta nacional com uma internacional, a Global Account Inter, vinculada ao sistema financeiro americano.

“O mais legal não é ser o primeiro. O mais interessante é ter um ótimo produto”, disse Riccio.

Soluções, desde o início, que proporcionaram um negócio escalável, com baixo custo para servir o cliente, serviços embutidos e margem de contribuição positiva para resultados da companhia, que fechou o primeiro trimestre deste ano com receita bruta de R$ 2,3 bilhões (+27% em relação ao mesmo período de 2023) e lucro líquido de R$ 195 milhões (+9,7%). Junto ao avanço tecnológico do Inter, outras instituições se desenvolveram digitalmente, centenas de fintechs apareceram o que gerou, de fato, a democratização do sistema financeiro brasileiro.

300 mil contas
de cidadãos que moram nos Estados Unidos

3 mi de contas globais,
em dólar, abertas por brasileiros

32 milhões de clientes totais
tem o Banco Inter, segundo o último balanço

INTERNACIONALIZAÇÃO

Com uma operação nacional robusta, o Banco Inter partiu para ganhar o mercado exterior.

:
banco,
shopping,
investimentos,
crédito,
seguros,
serviços globais,
e loyalty (esse último com o programa de fidelidade Inter Loop).

A companhia conseguiu replicar seis dessas avenidas operacionais nos Estados Unidos, com exceção do seguro, que tem muitas peculiaridades no mercado americano. “Como tudo foi feito de forma modularizada, expandimos para o exterior de uma forma muito rápida”, afirmou o vice-presidente. “Tivemos a capacidade de fazer um ótimo produto bom, num prazo realista, a partir de uma base tecnológica e de uma curva de aprendizado no Brasil.”

Tem dado certo. Hoje são 300 mil contas de cidadãos que vivem nos Estados Unidos, 3 milhões de contas globais de brasileiros e 32 milhões de clientes totais. O crescimento internacional tem ganhado tração, como ocorreu no mercado brasileiro, lá em 2015, quando começou o movimento de contas digitais. Época em que “não era um negócio tão óbvio, até que virou óbvio”, como gosta de apontar Riccio.

Ir para a Europa é óbvio? Talvez seja um caminho natural do Banco Inter, que até olha para as oportunidades que existem do outro lado do Oceano Atlântico.

Mas, por enquanto, o foco é ganhar solidez na oferta e desenvolver o produto e a experiência em solo americano, que atualmente está com US$ 460 milhões no ecossistema e US$ 336 milhões aplicados em ações.

“Deixar esse negócio resiliente”, nas palavras de Riccio.

E, claro, atrair mais clientes e investidores para atingir a meta do plano 60-30-30, que é chegar a 2027 com 60 milhões de clientes, 30% de rentabilidade (ROE) e 30% de índice de eficiência. A apresentação está feita. Muito prazer, Banco Inter. Nice to meet you!