07/02/2024 - 19:42
O banco digital Inter, que tem ações em Nova York, anunciou nesta quarta-feira, 7, lucro líquido recorde de R$ 352 milhões em 2023 e de R$ 160 milhões no quarto trimestre do ano passado, puxado pelo aumento da carteira de crédito, que foi quatro vezes acima da média nacional, de acordo com apresentação de resultados. O ganho do trimestre foi mais de cinco vezes maior que o do mesmo período de 2022, que ficou em R$ 29 milhões. Naquele ano, o banco teve prejuízo de R$ 14 milhões.
No quarto trimestre, a receita bruta total somou R$ 2,2 bilhões, um crescimento de 29% na comparação com o mesmo período de 2022, impulsionada pelas operações de crédito e, do lado das tarifas, por cartões, serviços bancários e investimentos. A carteira de crédito encerrou dezembro em R$ 31 bilhões, expansão de 26% em 12 meses e de 10% na comparação trimestral.
O Inter apresentou no começo do ano passado o Plano de Negócios 60-30-30, que tem como objetivo chegar a 60 milhões de clientes até 2027, mantendo uma eficiência de 30% e alcançando um retorno sobre o patrimônio (ROE) de 30%. Um ano após o anúncio, o vice-presidente do Inter, Alexandre Riccio, disse que o andamento está em linha com planejado e alguns indicadores, como a eficiência e o ROE estão vindo melhores que o previsto.
O ROE do banco digital foi de 8,5% no quarto trimestre de 2023, ante 1,6% do mesmo período de 2022 e 5,7% do terceiro trimestre de 2023. Já o índice de eficiência ficou em 51,4%, uma melhoria de 1,06 ponto porcentual em relação ao terceiro trimestre, por conta do controle de custos e o aumento da receita. No ano, o ROE ficou em 4,9%.
Ao todo, o Inter encerrou 2023 com 30,4 milhões de clientes, com uma taxa de ativação de 54%, o que representa 16,4 milhões de clientes ativos, que efetivamente usam os produtos e serviços bancários do banco digital. O volume transacionado (TPV, em inglês) somou R$ 253 bilhões em cartões e PIX no quarto trimestre e R$ 850 bilhões no ano. Em 2024, o executivo disse que o banco pode movimentar mais de R$ 1 trilhão.
Inadimplência
A inadimplência, considerando os atrasos acima de 15 a 90 dias, ficou em 4% da carteira, ante 4,3% do terceiro trimestre de 2023. Acima de 90 dias, foi de 4,6%, na comparação com 4,7% de setembro. Para o executivo, o teto das taxas foi no segundo trimestre do ano passado.
“O cenário macro tende a ser positivo e ajudar a permanência do movimento de melhoria de inadimplência”, disse Riccio. “No geral, estamos com viés positivo para redução da inadimplência e crescimento de crédito.”
Capitalização
Em janeiro, o Inter captou R$ 800 milhões com uma oferta de ações em Nova York, mesmo já tendo um nível forte de capitalização. Riccio disse que o movimento foi “tático”, para aumentar a base de investidores que tem o papel do banco mineiro no exterior e a liquidez das ações na Nasdaq.
E os números após a oferta mostram que os objetivos estão sendo alcançados. A liquidez diária que ficava na casa de US$ 1 milhão por dia, e poucos dias superando os US$ 2 milhões, chegou a US$ 9,2 milhões, por exemplo, no pregão desta quarta-feira. “Um pouco mais de capital traz mais robustez”, disse o executivo.