29/07/2025 - 11:48
Sob avaliação de agentes regulatórios desde março, a operação de aquisição de 58% do capital do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) parece estar a um passo de ser concretizada.
Nesta segunda-feira, 28, o Banco Master e BRB entregaram ao Banco Central (BC) nova documentação de 15 páginas e quase 20 anexos, respondendo a uma série de questionamentos da autoridade monetária. Este é considerado o último passo na análise da transação, com a expectativa de que o BC conceda a aprovação em breve.
Desde o anúncio da intenção de aquisição em março, a operação tem sido rigorosamente escrutinada pelo Banco Central. O presidente do BC, Gabriel Galípolo, teve diversos encontros com o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, e com o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, para obter todos os detalhes necessários sobre o negócio. O BC havia requisitado informações específicas em 21 tópicos diferentes.
Fontes próximas ao processo afirmam que não há qualquer problema relacionado à carteira de crédito das instituições e as partes envolvidas permanecem confiantes de que a operação será aprovada em breve, dentro da normalidade do processo regulatório.
A transação, avaliada em R$ 2 bilhões, prevê que o BRB fique com 49% das ações ordinárias e 100% das ações preferenciais do Banco Master. Em 2024, o Banco Master reportou um lucro líquido de R$ 1,068 bilhão, o dobro do registrado no ano anterior.
Caminho livre na Justiça e no Cade
Apesar de ter sido alvo de questionamentos no Judiciário, a operação superou os impedimentos legais até aqui. O desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), João Egmont, derrubou liminar que impedia a conclusão da aquisição.
A decisão fundamentou-se no fato de que a operação se trata de uma compra de ações, e não de controle total da empresa, o que, segundo o desembargador, não exigiria legislação específica.
Em 17 de junho, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) havia aprovado a aquisição sem restrições, dando embasamento à transação. Com os entraves jurídicos superados e a documentação final entregue ao Banco Central, a expectativa entre os grupos envolvidos é que as informações fornecidas sejam suficientes para sanar as dúvidas restantes e finalizar o processo de aquisição.
Especialistas do mercado destacam ainda que a operação tem potencial para fortalecer o sistema financeiro, ampliar a concorrência e gerar benefícios significativos para clientes e o desenvolvimento do setor.