O empresário Nelson Tanure, maior acionista da Light, junto com o Banco Master de Investimento, aumentou sua posição no setor de infraestrutura, nesta quarta-feira, dia 19. O Fundo Phoenix de Participações Multiestratégia venceu o leilão de privatização da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae). O Fundo é administrado pela Master Corretora.

Os ganhadores pagarão R$ 1,04 bilhão por um lote de 14.755.255 ações da companhia, a primeira a ser privatizada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Com isso, terá 39% de participação que pertenciam ao Estado de São Paulo e o controle do negócio.

O preço mínimo por ação, estabelecido no edital, era de R$ 52,85. Mas, como os valores propostos pelas empresas participantes tiveram diferença inferior a 20%, a disputa foi para o viva-voz e teve 53 lances. A Matrix Energy ofereceu R$ 59,66 por ação, 12,02% acima do preço mínimo. A francesa EDF propôs R$ 70,31 por ação, com ágio de 33,04%. Mas a venda acabou saindo para o Fundo Phoenix, com ágio de 33,68%, ou R$ 70,65 por ação.

“Nestes fundos, a gente deixa espaço para trazer os clientes do banco, principalmente quando a gente analisa o ativo, que é uma empresa de capital aberto, e vemos o espaço. Tanure é a referência, ele está na Light. Isso que nos atraiu para entrar no investimento e pagar este ágio de mais de 30%”, disse Maurício Quadrado, presidente do Banco Master de Investimentos, em entrevista ao jornal Valor Econômico, após o leilão.

Segundo o executivo, a intenção do fundo agora é sentar para conversar com a Eletrobras, dona de outros 39% do capital total, e colocar uma equipe do setor elétrico de confiança dos novos acionistas para gerenciar a companhia. “Pegamos uma empresa muito arrumada, nossa responsabilidade agora aumenta, para a empresa continuar a crescer, gerar empregos. A gente vai trazer a empresa a um patamar até melhor do que está hoje”, disse.

A Emae tem unidades de geração de energia em São Paulo, que atendem a região metropolitana da capital, a baixada santista e o médio Tietê. Seu principal ativo é a hidrelétrica de Henry Borden, que funciona desde a década de 1920 e tem 889 megawatts (MW) de potência. Além dela, a empresa tem hidrelétricas menores, em Salto e Pirapora do Bom Jesus, com concessões que vencem entre 2042 e 2044; a usina térmica Piratininga, arrendada à Petrobras, e o direito de exploração comercial de áreas no entorno da Usina Elevatória de Traição, no Rio Pinheiros, próxima a alguns dos bairros mais nobres da capital paulista.