17/06/2021 - 13:57
O Banco Mundial se recusou a fornecer a El Salvador a assistência técnica solicitada para implementar o bitcoin como moeda legal no país, disse um porta-voz da organização nesta quinta-feira (17).
“Estamos comprometidos em ajudar El Salvador de várias maneiras, inclusive para transparência de câmbio e processos regulatórios. Embora o governo nos tenha procurado para obter ajuda com o bitcoin, isso não é algo que o Banco Mundial possa apoiar, dadas as deficiências ambientais e de transparência”, afirmou o porta-voz em um comunicado.
O ministro das Finanças salvadorenho, Alejandro Zelaya, anunciou na quarta-feira que o governo do presidente Nayib Bukele havia solicitado “assistência técnica” do Banco Mundial para implementar e regulamentar o uso dessa criptomoeda.
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Em 9 de junho, o Congresso de El Salvador, controlado pelo partido no poder, se tornou o primeiro no mundo a aprovar uma lei para adotar o bitcoin como moeda legal. A medida, que entrará em vigor em setembro, visa impulsionar a economia do país, que está dolarizada há 20 anos.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou um dia depois sobre os riscos da decisão de El Salvador.
“A adoção do bitcoin como moeda legal levanta uma série de problemas macroeconômicos, financeiros e legais que requerem uma análise muito cuidadosa”, disse o porta-voz do FMI Gerry Rice.
Nesse mesmo dia, os representantes do FMI mantiveram uma reunião virtual com Bukele, no âmbito do diálogo iniciado em abril sobre a possibilidade de obter um novo empréstimo para o país centro-americano.
O ministro salvadorenho da Fazenda garantiu nesta quarta-feira que o resultado da conversa com o FMI a respeito do bitcoin foi “exitoso”.
“Eles entenderam, nos dizem ‘não somos contra, só queremos medir os impactos e os efeitos que isso pode ter’, e quando falamos sobre isso falamos também sobre o positivo”, explicou Zelaya em entrevista coletiva.
A lei aprovada pelo Congresso salvadorenho estipula que “todo agente econômico deve aceitar o bitcoin como forma de pagamento”.
Bukele, promotor da medida, afirma que isso vai contribuir para a banca da população e evitar perder “milhões de dólares” na intermediação no envio de remessas de salvadorenhos do exterior.