Os bancos cooperativos italianos Banco Popolare e Banca Popolare di Milano chegaram a um acordo para se fundirem, depois de receberem luz verde do Banco Central Europeu (BCE) para a transação. A fusão deverá criar o terceiro maior banco da Itália em ativos.

As duas instituições planejam reduzir o montante de crédito inadimplente em até 10 bilhões de euros (US$ 11,2 bilhões) até 2019. Isso envolverá um aumento de capital de 1 bilhão de euros pelo Banco Popolare antes das reuniões de acionistas dos dois bancos que serão convocadas para aprovar a união.

O acordo, que criará um banco com valor de mercado de quase 5,5 bilhões de euros (US$ 6,1 bilhões) aos atuais preços das ações, será o primeiro induzido por uma lei aprovada pelo governo italiano no ano passado. A lei muda as regras de governança dos maiores bancos cooperativos, ou “popolari”, do país e o governo espera que, com isso, haja uma consolidação no fragmentado setor.

Na semana passada o governo havia comentado que a fusão criaria um banco mais forte, capaz de apoiar o crescimento econômico ao conceder mais empréstimos para empresas em um momento em que o financiamento de investimentos é crucial para impulsionar a economia.

Fusões de bancos podem ajudar a retomar a confiança dos investidores no sistema financeiro da Itália, depois de preocupações com a escala do crédito inadimplente terem provocado forte queda nas ações dessas instituições desde o começo do ano. O acordo também encerra semanas de negociações com o BCE, que havia exigido uma posição de capital mais forte e uma governança mais clara da entidade combinada do que a dos dois bancos.

A fusão deve gerar sinergias que resultarão em 290 milhões de euros em custos mais baixos e 75 milhões de euros em receita adicional por ano, provavelmente até 2018. Os bancos esperam receber aprovação dos acionistas para a transação até 1º de novembro.

Às 9h (de Brasília), as ações do Banco Popolare caíam 5,01% e as do Banca Popolare di Milano recuavam 5,28% na Bolsa de Milão. Fonte: Dow Jones Newswires.