Bancos públicos e privados, além de parte dos credores internacionais da Oi, protocolaram, na quarta-feira,18, na 7.ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, pedido de adiamento da assembleia dos credores da tele, originalmente marcada para o dia 23. Eles querem remarcar a reunião para o dia 27 de novembro para que possam avaliar o plano de reestruturação da operadora e ganhem tempo para apresentar uma proposta alternativa.

O pedido foi protocolado por Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Caixa, BNP Paribas, o fundo GoldenTree, as gestoras Capricorn e Syzygy (ambas ligadas ao fundo abutre Aurelius), além do Citadel Equity Fund e o Canyon Capital Finance.

Se o pedido de adiamento for confirmado pela Justiça do Rio, vai desagradar a direção da Oi e parte dos acionistas, que, segundo fontes, defendiam a realização da assembleia como forma de reunir todos os credores em um único local e de fomentar a discussão dos possíveis ajustes que tornarão viável o plano de recuperação da companhia.

Além disso, dizem essas fontes, o adiamento contribuiria para prolongar ainda mais a insegurança sobre o desfecho do longo processo de recuperação judicial, que se arrasta desde junho de 2016, com dívidas de R$ 64,5 bilhões.

Governo

O governo, que chegou a estudar fazer intervenção na operadora, está preocupado com o desfecho que essas discussões podem ter. Na segunda-feira, o Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vai se reunir em reunião extraordinária para discutir a proposta de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) da Oi.

No encontro, a agência deverá propor a possível troca de multas da Oi por investimentos na rede, questão que ainda não está definida entre os membros da própria agência. A Anatel calcula dívidas totais da operadora com o governo em torno de R$ 20 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.