A Pesquisa de Economia Bancária da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), divulgada nesta quarta-feira, 1º, revela que a grande maioria das instituições consultadas (84,2%) espera que o Banco Central eleve a taxa básica de juros, a Selic, para além de 14,25% ao ano no atual ciclo de aperto monetário.

Sobre a trajetória da Selic, a expectativa para os juros se elevou novamente ante as pesquisas anteriores, que são feitas a cada 45 dias pela Febraban com os bancos. Agora, a mediana para a Selic prevê alta até 15% ao ano em junho de 2025.

Mas a maioria dos bancos (52,6%) espera que um novo de ciclo de corte de juros se inicie ainda em 2025. A Selic está atualmente em 12,25% e o Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizou que deve realizar duas novas altas de 1 ponto percentual nas primeiras duas reuniões de 2025.

Já para a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a maioria dos participantes (57,9%) espera que o indicador encerre 2025 acima de 4,5%, ou seja, além do teto da meta, em função de inúmeros fatores, como a atividade aquecida, o mercado de trabalho apertado e o câmbio depreciado, ressalta a pesquisa da Febraban.

Com relação à atividade econômica, metade dos participantes espera que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça em torno de 2% em 2025. Contudo, 27,8% dos participantes esperam um crescimento menor que esse patamar, influenciado por fatores como a alta dos juros.

A expectativa para a taxa de câmbio aumentou, com a moeda americana testando máximas históricas ante o real em dezembro. No curto prazo, a expectativa dos bancos é que o câmbio siga próximo do nível de R$ 6,00, mas pode voltar a cair abaixo desse nível nos próximos meses, chegando a R$ 5,90 em julho de 2025.

No campo fiscal, a maior parte dos entrevistados (66,7%) estima que o pacote aprovado no Congresso gere uma economia entre R$ 40 bilhões e R$ 55 bilhões nos próximos dois anos.

A Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban é realizada a cada 45 dias. A pesquisa divulgada nesta quarta é resultado do levantamento feito com 19 bancos entre os dias 17 e 20 de dezembro.