12/09/2012 - 21:00
Julgamento
A condenação de réus no chamado núcleo financeiro do mensalão, formado por dirigentes do Banco Rural, deve repercutir em outros casos envolvendo instituições financeiras acusadas de fraudes. Na quarta-feira 5, os ministros do STF condenaram, por maioria, a ex-presidente do Banco Kátia Rabelo e o ex-vice José Roberto Salgado por gestão fraudulenta, seguindo o voto do relator Joaquim Barbosa. Segundo ele, os executivos concederam empréstimos fictícios ao PT, além de esconder as operações, como o Banco Central. “Não é um problema só do banco, mas da economia como um todo”, disse o ministro Luiz Fux.
Competitividade
Sem “spread”, Brasil avança
O Brasil entrou pela primeira vez no ranking das 50 economias mais competitivas do mundo, ranking do Relatório Global de Competitividade, liderado pela Suíça, divulgado na quarta-feira 5. O salto de cinco posições do País no ranking, passando para 48º, se explica pela exclusão do item “spread bancário” na pesquisa, e não pela melhora econômica. Segundo o estudo, o spread é ineficiente para medir o grau de eficiência do País.
Futebol
Sentença
Dinheiro roubado por Lalau está voltando
Depois de 12 anos de investigações, a Justiça suíça devolverá aos cofres públicos brasileiros parte da fortuna do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, o Lalau, que estava no paraíso das contas numeradas. Com isso, US$ 6,8 milhões que estavam congelados em Genebra voltarão ao País. O Tribunal Federal suíço rejeitou na terça-feira 4 o terceiro recurso apresentado pelo ex-juiz e decidiu que seus ativos deverão ser repatriados para o Brasil, sem direito a recurso. Entre 1991 e 1994, ao todo 18 transações levaram para a Suíça aquela quantia para contas do ex-juiz e de sua esposa. A movimentação seria apenas parte de um esquema de milhões de dólares.
Justiça
Sexo, cerveja e indenização
A Ambev foi condenada, na segunda-feira 3, a indenizar um funcionário em R$ 50 mil por forçá-lo a frequentar reuniões de trabalho com garotas de programa. A cervejaria, conhecida por suas práticas pouco ortodoxas na gestão de pessoas, recorreu e perdeu. O autor do processo, casado e evangélico, disse que chegou a ser amarrado para assistir a filmes pornôs. Em festas, havia um “vale garota de programa”. Em nota, a Ambev disse que não pratica ou tolera prática indevida com seus funcionários e casos antigos e pontuais não refletem o dia a dia da empresa. Será?
Números
R$ 1,4 trilhão - seria a indenização paga pelo Bradesco a um correntista carioca (que perdeu R$ 4,5 mil com o plano real), caso prevalecesse a decisão de 1º instância na Justiça. A decisão foi revogada e o cliente terá a quantia corrigida pela a inflação e juros.
US$ 820 bilhões - é a previsão de faturamento da indústria mundial de embalagens até 2016, segundo a The Future Laboratory. O segmento faturou US$ 670 bilhões em 2011.
172,8 mil barris - totalizou a extração diária de petróleo na camada pré-sal em julho, um aumento de 9% em comparação ao mês anterior. Foi a maior produção dessas reservas bilionárias de óleo.
US$ 21,3 bilhões - é o que rendeu a exportação de soja brasileira entre janeiro e agosto deste ano, resultado 28% acima do obtido no mesmo período do ano passado.
US$ 1 bilhão - é a receita da chilena Cencosud no País, no segundo trimestre deste ano, que já inclui a aquisição da rede carioca Prezunic. O resultado é 36,4% acima do mesmo período do ano passado.
R$ 580 - é o preço do saco de papel lançado pela grife Jil Sander, nos EUA. A polêmica novidade, apesar do valor desproporcional, chegou a esgotar nas lojas da grife.
Música
Curtas
A Gol Linhas Aéreas teve sua nota rebaixada de “B+” para “B” pela agência Standard & Poor’s, na terça-feira 4. A revisão foi atribuída à “deterioração nas métricas de crédito da Gol e na expectativa de que uma melhora levará mais tempo para se concretizar”, informou, em nota.
A Weg, fabricante catarinense de motores, fechou seu primeiro contrato de fornecimento de aerogeradores com o grupo espanhol M.Torres Olvega para o mercado de energia eólica no Nordeste. O valor do contrato não foi revelado.
A Positivo Informática, fabricante paranaense de computadores, decidiu na terça-feira 4 entrar no mercado de celulares e smartphones. No dia do anúncio, as ações da empresa subiram 14,8%, cotadas a R$ 6,36, na contramão do Ibovespa, que recuou 1,83%.
Luxo
A guerra das elegantes
Duas das mais tradicionais e elegantes marcas de luxo francesas estão em pé de guerra na bolsa de valores. A francesa Hermès entrou com um pedido de investigação, na terça-feira 4, contra a concorrente e acionista Louis Vuitton, da LVMH, por suposto uso de informação privilegiada e manipulação de ações. A LVMH vem discretamente ampliando sua participação na Hermès – hoje com 22,3%. A LVMH planeja entrar com queixa por “chantagem e difamação”.
Entrevista
“O Brasil pode ficar para trás sem cientistas”
Filho de um casal de judeus húngaros, o futurista naturalizado americano Peter Schwartz ganhou destaque ao escrever livros sobre conjunturas futuras de negócios, além de cofundar a Global Business Network, uma consultoria especializada em previsão de cenários. Veja sua entrevista ao repórter Carlos Eduardo Valim.
Qual o futuro do setor de energia?
No curto prazo, teremos avanços positivos em petróleo e gás, como no caso do Brasil, por exemplo, que passou de um importador para exportador. Mais oportunidades significam mais produção, e também mais queima de hidrocarbonetos. E, no longo prazo, temos um desafio tecnológico para fazer evoluir a energia eólica e solar. A tecnologia de baterias tem muito a avançar. Possuo um BMW elétrico e não posso ir ao aeroporto, porque a bateria não suporta a distância.
Os países emergentes podem realmente ser protagonistas do futuro tecnológico?
Vejo inovações por todo o mundo, em Cingapura, no Oriente Médio, no Brasil e na Califórnia. Há poucos anos, não se imaginava que a China viria a ser a maior fabricante de celulares do mundo.
A educação científica tem evoluído nesses países?
Sim. Faço parte de um conselho para estimular a pesquisa em Cingapura, onde há um rápido avanço. A Rússia e a China também estão reinventando as suas políticas nessa área. Mas o Brasil pode ficar para trás por falta de cientistas. Há grandes exemplos de inovação na Embraer e na Petrobras, mas os jovens não querem ser cientistas aqui. Não é impossível, no entanto, reverter isso.
Colaboraram: Bruna Borelli e Guilherme Queiroz