Os bares e restaurantes localizados fora das regiões dos blocos carnavalescos podem aumentar seu faturamento em até 15% durante os dias de festividades, segundo um levantamento da Associação Brasileiras de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel SP).

+Bares e restaurantes têm dificuldades na hora de contratar empregados

De acordo com Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC), deve ser movimentado mais de R$ 8 bilhões no setor na cidade de São Paulo (SP).

A pesquisa, que ouviu 1.878 empresários em todo o país entre os dias 15 e 22 de janeiro, revela uma perspectiva otimista em relação ao faturamento, superando as expectativas do mesmo período no ano anterior.

Mentor de finanças André Minucci destaca a importância de se preparar para capitalizar sobre o carnaval, considerando o evento não apenas como um momento de celebração, mas como uma oportunidade de negócios. Ele ressalta que o Brasil recuperou sua posição como destino turístico, tornando o Carnaval brasileiro reconhecido internacionalmente

“Para empresários que oferecem produtos e serviços, iniciar uma mentoria empresarial pode ser uma estratégia valiosa para otimizar os resultados durante esse período”, comenta.

O Carnaval de São Paulo cresce a cada ano e a próxima folia, marcada para ocorrer entre os dias 9 e 13 de fevereiro, conta com 72 novos blocos, totalizando 579 espalhados por inúmeros bairros da cidade, da região Central à Zona Leste. Centro, Lapa, Pinheiros, Vila Madalena e Vila Mariana, bairros com alto índice de bares e restaurantes, terão maior número de desfiles.

Bares e restaurantes nos circuitos de blocos podem ter queda

Por outro lado, segundo a Abrasel SP, os bares e restaurantes localizados nas proximidades dos blocos carnavalescos podem registrar quedas entre 15% a 40% no período.

Na avaliação da entidade, esses estabelecimentos só poderão contar com o movimento de consumidores no jantar, além de outros fatores que causam prejuízos como, por exemplo, o consumo de bebidas e comidas nas ruas, a manutenção de banheiros frequentados por foliões, bloqueios de vias públicas e um percentual significativo de pessoas que preferem viajar durante as festividades.

“A Abrasel SP apoia o Carnaval e entende a importância deste evento para o fomento do turismo e movimento econômico, no entanto, requer mais atenção e organização da prefeitura, quanto às necessidades do setor de bares e restaurantes, que oferece uma das melhores gastronomia do mundo, fator importante para a maioria dos turistas, que infelizmente não conseguem desfrutar das inúmeras experiências, devido as dificuldades em acessar os restaurantes”, afirma o presidente da Abrasel SP, Luiz Hirata.

O executivo lembra ainda que, no período de carnaval, a quantidade de ambulantes nas ruas aumenta consideravelmente, muitas vezes comercializando produtos sem o cuidado e higiene esperados.

“Acreditamos que se houver alinhamento com os setores envolvidos, podemos criar meios para que todos tenham retorno econômico positivo do Carnaval”, acrescenta.

Devido ao panorama alguns bares e restaurantes preferem até mesmo fechar as portas durante o período, principalmente nas regiões da Zona Oeste e Sul da capital paulista.

“Não defendo redução do Carnaval, mas acredito ser possível mitigar efeitos colaterais negativos deste megaevento sem prejudicá-lo. Uma ótima alternativa seria dividir os bairros de SP em dois grupos: o 1º receberia cortejos no pré-Carnaval e Carnaval, enquanto o 2º sediaria a festa no Carnaval e pós-Carnaval”, comenta o proprietário do tradicional restaurante francês La Casserole, Leo Henry.