O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, disse nesta segunda-feira, 9, que a barra para mudar o ritmo de corte da Selic é alta, para cima ou para baixo, mas pontuou que o cenário de inflação é benigno e que a autoridade monetária analisa dados a cada reunião para ajustar os rumos da política monetária. Ele participou da LiveBC, programa semanal da autoridade monetária, que na edição de desta segunda-feira explicou como é executada a política monetária para controlar a inflação.

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Ao ser questionado sobre o espaço para a continuidade da queda da taxa de juros, Galípolo reiterou que o BC persegue a meta de inflação, que está caminhando em trajetória benigna, mas com pontos de atenção.

Ele citou o mercado de trabalho aquecido e o cenário internacional, com o preço do petróleo e câmbio, como exemplos.

“Vou usar uma expressão que eu vi o Roberto (Campos Neto, presidente do BC) usar em uma reunião. Quando a gente diz que a barra é alta para mudar o ritmo (de cortes na taxa Selic) vale para todos os lados, para cima e para baixo. Hoje o cenário para inflação é mais benigno”, disse o diretor.

Galípolo avaliou que o foward guidance é um “esporte de altíssimo risco”, especialmente para países emergentes. “Estamos analisando os dados reunião a reunião para ver como a economia reage e poder ajustar nossa política monetária”, disse.

Agora, por exemplo, o BC monitora os desdobramentos da guerra entre Israel e Hamas. “Seguimos com comunicação. Entendemos que o passo de corte de 0,5 pp tem sido adequado, e analisamos permanecer. É um passo que permite ajustar o nível de contração da política monetária e ganhar tempo observar as reações que a economia vai ter em função desses cortes”, disse.