04/05/2017 - 14:18
Na manhã seguinte à votação do texto-base da reforma da Previdência na comissão especial, governistas agora falam em apresentar um texto “maduro” ao plenário da Câmara dos Deputados. Para isso, pode ser necessário aguardar duas ou três semanas. Já a oposição garante que o governo não terá os 308 votos necessários para aprovar a mudança constitucional, isso porque a base não poderá recorrer ao mesmo expediente usado na comissão: a substituição de membros indecisos por fiéis aliados. O placar final do colegiado foi de 23 votos a 14 pela aprovação.
O líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), acusou o governo de ter aprovado o relatório da reforma da Previdência no “tapetão”. “Se não fosse o verdadeiro tapetão de substituir seis deputados da comissão especial, o governo teria sido derrotado, o que demonstra claramente que governo não tem votos para aprovar reforma da Previdência”, disse.
O líder petista ainda alfinetou o governo dizendo que a mesma manobra não poderá ser utilizada no plenário. “O governo não pode substituir os deputados. Pode fazer na comissão, mas no plenário não tem como fazer”, afirmou. “Está ficando claro, não vai passar essa reforma.”
Já o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), disse esperar que a PEC seja aprovada no plenário até o fim do mês. Ele disse que a maior preocupação dos governistas agora não é com o cronograma da votação na Câmara, mas em se apresentar um texto maduro ao plenário e que atenda ao anseio da sociedade em ver o fim de privilégios. “Se isso demorar uma ou duas semanas, que assim o seja”, afirmou.
Efraim condenou a invasão de agentes penitenciários, disse que os argumentos para aposentadoria especial da categoria são válidos, mas que não podem ser impostos na força. O líder disse considerar natural a mobilização das categorias, mas que ontem houve excessos e agora é preciso retomar o diálogo. “Na base da força ninguém vai conseguir resolver”, declarou.
Zarattini, por sua vez, afirmou que a invasão da Câmara por agentes penitenciários é “sintoma da revolta popular” contra a proposta. “O governo está indo na contramão dos interesses da população brasileira”, disse.