Para comemorar seus 150 anos de história, a multinacional alemã Basf reservou um evento especial ao Brasil e inaugurou, nesta sexta-feira 19, o Complexo Acrílico de Camaçari, a 48 quilômetros de Salvador, na Bahia. O empreendimento é o maior investimento da gigante química na América do Sul, orçado em 500 milhões de euros e traz consigo a promessa de diminuir o déficit da indústria química nacional, que no acumulado de 12 meses – abril de 2014 a março 2015 – ultrapassa US$ 30,8 bilhões, segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). O montante faz parte de um pacote de investimentos de 1,1 bilhão de euros, programados até 2017.

A cerimônia de inauguração contou com a presença da presidente da República, Dilma Rousseff, do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, do ministro da Defesa, Jaques Wagner, e do governador da Bahia, Rui Costa. O Complexo de Camaçari foi construído em um terreno de 148 mil metros quadrados conta com três fábricas, sendo uma voltada a produção de ácido de butila, ácido de acrílico e, a terceira, de polímeros superabsorventes (SAP), matérias-primas utilizadas em produtos como fraldas, químicos para construção, resinas acrílicas para tintas, tecidos e adesivos.

Segundo Ralph Schweens, presidente da Basf na América do Sul, o complexo vai suprir o abastecimento nacional e regional de produtos, que atualmente são importados, reduzindo em US$ 200 milhões as importações e adicionando, ao longo dos anos, US$ 100 milhões em exportação para a balança comercial brasileira. “Essa é a planta mais moderna da companhia”, disse o executivo, em discurso durante a  inauguração. “Encontramos em Camaçari as principais matérias-primas para realização dos produtos.”

A região do nordeste também foi beneficiada com a vinda da fábrica à Bahia. Iniciadas em 2012, as obras do Complexo de Ácido Acrílico, em seu pico, geraram 5 mil postos de trabalho e hoje contam com 230 funcionários da Basf e 600 terceiros. Além disso, trouxe empresas como a Kimberly-Clarck, que em 2013 se instalou no local para fabricar fraldas. “Estimamos que a região receba ate 1 bilhão de reais em investimento”, diz Rui Goerk, vice-presidente de produtos químicos da Basf.

Com o complexo operando, a expectativa é que, em dez anos, o faturamento da companhia química na América do Sul, operação liderada pelo Brasil, deve chegar a 9 bilhões de euros. Dos 74,3 bilhões de euros alcançados pela companhia no ano passado, 5% foram geradas pela operação da América do Sul.