27/02/2015 - 0:00
O publicitário baiano foi convidado pelo brasileiro José Papa, que assumiu a posição de CEO global da WGSN, para integrar o recém-criado conselho de criatividade da empresa britânica especializada em previsão de tendências.
Como é pensar o futuro?
O passado é o novo futuro. Por exemplo, George Osborne, ministro das Finanças do Reino Unido, que está botando as coisas no lugar lá, não é economista. Ele é historiador. No Brasil mesmo, Machado de Assis ainda explica muita coisa.
Quais são os riscos de não se tentar prever tendências?
Antigamente o mundo era binário. Hoje em dia, um mês parece um século. O mercado automotivo está se reinventando em Detroit. Mas ele precisa ficar atento para não virar o novo cigarro, e se tornar um vilão global. A alimentação também está indo na mesma direção.
Que setor precisa buscar novidades, no Brasil?
Um setor que não se reinventa é o imobiliário. Uma das grandes vantagens de eu trabalhar no prédio da agência Africa é que, quando estou lá dentro, não preciso olhar para ele. Para os estádios da Copa, deveríamos ter chamado o Norman Foster ou o Frank Gehry. E isso não é novidade. O Gustavo Capanema, ministro da Educação do presidente Getúlio Vargas, já trazia grandes nomes da arquitetura, nos anos 1930 (convocou os brasileiros Lucio Costa e Oscar Niemeyer e o franco-suíço Le Corbusier para projetar o prédio do Ministério, no Rio de Janeiro).
(Nota publicada na Edição 905 da Revista Dinheiro)