02/02/2011 - 21:00
Até o dia 26 de janeiro, a alta acumulada desses papéis era de 20%, motivados pela perspectiva de que o controle do banco fosse adquirido por um concorrente – os mais cotados pelos analistas eram Bradesco, Citibank e BTG Pactual. Na quinta-feira 27, porém, cerca de metade dessa alta evaporou-se. Os papéis caíram 9,3% devido a rumores publicados na imprensa de que o buraco nas contas do PanAmericano, inicialmente estimado em R$ 2,5 bilhões, poderia ser R$ 1 bilhão maior.
Banco Panamericano: especulação com as ações
Até a noite da quinta-feira 27 não havia nenhuma definição, pois a publicação do balanço era esperada para a segunda-feira 31. Segundo os especialistas, essas indefinições tornam as ações do PanAmericano um papel de altíssimo risco. “A ação vai estar sujeita a fortes movimentos especulativos até que haja uma definição para a situação do banco”, diz Clodoir Vieira, economista-chefe da corretora Souza Barros. Ele avalia que as oscilações poderão provocar solavancos nas cotações de outros bancos pequenos. “O investidor deve colocar, no máximo, 5% do dinheiro reservado às ações nesses papéis.”
Destaque no pregão
ALL lucra mais com exportações
A América Latina Logística (ALL) obteve crescimento de dois dígitos em seu resultado operacional e no volume de cargas transportadas no ano passado. A companhia se beneficiou do cenário positivo nas exportações agrícolas do Brasil e a expansão do fluxo de transporte da indústria. Em 2010, a geração de caixa medida pelo ebitda foi de R$ 1,338 bilhão, uma alta de 21,6% sobre o ano anterior. O volume total transportado pela companhia alcançou 43,138 milhões de toneladas por quilômetro útil (TKU) no ano passado, um avanço 10,8% superior a 2009.
Palavra de analista
O bom resultado já era esperado em função do crescimento da safra agrícola, na visão da corretora Ativa. Em relatório, a instituição diz que as perspectivas de longo prazo são positivas para a ALL. O potencial de crescimento de projetos logísticos e a expansão da safra agrícola e do segmento industrial são alguns dos fatores que podem impulsionar o crescimento da companhia positivamente nos
próximos anos.
Investimentos
EBX busca sócios estrangeiros
A EBX quer mais acionistas (e dinheiro) estrangeiros. Além dos escritórios no Chile e na Colômbia, o grupo agora anunciou a criação da EBX Internacional, que vai atuar com base em Nova York. A ideia é aproximar a relação com investidores de outros países e identificar novos negócios, segundo informou o presidente do grupo, Eike Batista, em comunicado. Para comandar a nova unidade, foi convocado o conselheiro independente da MMX Peter Nathanial, como presidente.
Maiores altas da semana
Maiores baixas da semana
As 10 mais negociadas do Ibovespa
Desempenho das empresas por setor de atividade econômica
Termômetro do mercado
Bolsa no mundo
Educação financeira
Demonstrações Financeiras – Gerando Valor para o Acionista é um manual de consulta para os profissionais que atuam na área de mercado de capitais, de governança corporativa e de RI. O autor Edison Fernandes traz a obra como ferramenta para a elaboração de informações financeiras de qualidade. (Atlas, R$ 43,00)
Quem vem lá
BR Brokers quer R$ 200 milhões
A consultoria imobiliária Brasil Brokers informou que poderá levantar R$ 200 milhões em sua nova emissão de ações. Divulgado na segunda-feira 24, o prospecto preliminar prevê o lançamento de 21,9 milhões de papéis, considerando apenas a oferta primária. Os investidores interessados poderão fazer suas reservas até 2 de fevereiro. O preço por ação será conhecido no dia seguinte e as negociações dos novos papéis na BM&FBovespa terão início no dia 7. Com os recursos, a empresa pretende ampliar as operações de suas 26 subsidiárias.
Fique de olho: a incorporadora Direcional Engenharia reduziu em 17% o número de ações emitidas em sua nova oferta. O número caiu de 25 milhões de papéis para 20,8 milhões, na oferta primária.
Touro x urso
Na semana em que o mercado operou um dia a menos devido ao feriado na cidade de São Paulo na terça-feira 25, o Ibovespa recuou 1,98% até quinta-feira 27. Os investidores operaram atentos ao discurso do presidente americano, Barack Obama. Na mesma ocasião em que anunciou uma visita ao Brasil em março, sugeriu medidas para impulsionar a economia dos Estados Unidos, como a redução dos gastos com forças militares. No mercado interno, a ata da última reunião do Copom também foi aguardada com atenção. Nos próximos dias, é esperada, no Brasil, a divulgação da produção industrial de dezembro, no dia 2 de fevereiro. Nos Estados Unidos, o índice de desemprego referente a janeiro, divulgado no dia 4, é o indicador mais importante para ditar o rumo das bolsas.
Personagem
A HRT rumo a Wall Street
Márcio Mello, presidente da HRT: périplo pelo Brasil e outros quatro países
Quatro meses após abrir seu capital na BM&FBovespa, a HRT Participações parte rumo a Wall Street. A estreia da empresa petrolífera no mercado americano está prevista para 2013, mas o presidente Márcio Mello já está na estrada. Ele pretende listar as ações na bolsa de Toronto em 2012. Desde meados de janeiro, ele vem se encontrando com investidores para fazer um balanço dos primeiros meses após a abertura de capital. O roteiro começou no dia 17, em São Paulo, e encerrou-se no dia 28 em Paris. De Toronto, o executivo conversou com exclusividade com a DINHEIRO:
DINHEIRO – Por que fazer essa viagem?
MÁRCIO MELLO – Isso faz parte da meta da HRT de ser uma companhia diferente. Nossa intenção é encontrar os investidores a cada três ou quatro meses, para dar uma satisfação do que acontece na empresa. Minha viagem começou no Brasil há duas semanas e incluiu São Paulo, Rio de Janeiro, Nova York, Toronto, Londres e Paris.
DINHEIRO – Qual sua avaliação dos quatro primeiros meses após a abertura de capital?
MELLO – Excelente. Os acionistas viram que o valor com que lançamos ações, de R$ 1.200, era baixo. Os analistas vêm estabelecendo um preço-alvo para nossas ações entre R$ 2 mil e R$ 2.500. Esse potencial de valorização é imenso. E nosso desempenho é extremamente sólido. Não há especulação. Eu tenho a melhor sugestão do mundo para os investidores: compre HRT e compre rápido, venha ser feliz conosco.
DINHEIRO – Vocês querem mais investidores internacionais?
MELLO – Nossa visão é ser a maior companhia independente do mundo e buscamos investidores em qualquer país. O número de brasileiros está crescendo e já representa cerca de 35% dos nossos acionsitas.
DINHEIRO – Há intenção de abrir capital fora do Brasil?
MELLO – Sim. Vamos abrir capital no Canadá, nos Estados Unidos e em qualquer outra bolsa onde consideremos que haja investidores interessados nos nossos papéis.
DINHEIRO – E quando isso será feito?
MELLO – Queremos estar na bolsa do Canadá até o final de 2012 para no ano seguinte chegarmos ao mercado financeiro americano.
DINHEIRO – Por que escolheram a bolsa de Toronto?
MELLO – Listar as ações no Canadá é um estágio antes de ir para a bolsa de Nova York. Assim, vamos nos acostumando com a legislação e nos preparamos melhor para fazer uma boa estreia nos Estados Unidos.
Pelo mundo
Queda nas vendas prejudica Kodak - A queda de 25% nas vendas do quarto trimestre de 2010 contribuiu para que o lucro líquido da Eastman Kodak despencasse 95%, em relação ao mesmo período de 2009, para US$ 22 milhões. Na quarta-feira 26, o presidente mundial Antonio Perez afirmou que os números são resultado de um ano com “turbulências externas que afetaram diversos setores em que a Kodak está presente”.
Resultado PIOR da sap - A fornecedora de softwares corporativos SAP anunciou na quarta-feira 26 lucro de ∈ 437 milhões no quarto trimestre de 2010, 36% menos ante o mesmo período de 2009. Em todo o ano fiscal de 2010, a SAP teve lucro de ∈ 1,82 bilhão, alta de 4% no ganho comparado com o ano anterior.
LUCROS do Yahoo! dobram - O Yahoo! teve lucro de US$ 312 milhões no último trimestre de 2010, o dobro em relação ao mesmo período de 2009. A receita líquida da companhia de Jerry Yang no ano diminuiu 4% e fechou em US$ 1,2 bilhão. Um dia após o anúncio, realizado na terça-feira 25, as ações da companhia tiveram queda de 2,8%.
Com Jaqueline Mendes, Juliana Schincariol e Lilian Sobral