08/08/2019 - 10:38
Pressionado pela carteira de pessoa jurídica, que custa a retomar um ritmo maior de crescimento, o Banco do Brasil revisou para baixo a projeção para sua carteira de crédito em 2019. A instituição espera que o saldo de empréstimos caia até 2% e, na melhor das hipóteses, suba 1% neste ano frente ao exercício passado.
Antes, o BB projetava alta de 3,0% a 6,0%. No primeiro semestre, a carteira de crédito do banco cresceu 1,1%, abaixo do intervalo até então previsto.
Para a pessoa jurídica, o BB mudou sobremaneira seu guidance e passou a prever queda de 13,0% a 11,0% neste ano. O intervalo anterior indicava de estabilidade a alta de 3,0%. De acordo com o banco, o desempenho foi impactado pela liquidação de operações concentradas no segmento de grandes empresas.
Apesar do resultado aquém do lado corporativo, o banco revisou para cima a projeção para o crescimento dos empréstimos junto às pessoas físicas. O BB espera que o segmento entregue expansão de 8,0% a 11,0% contra faixa de alta que ia de 7,0% a 10,0%. Na primeira metade do ano, o crédito às pessoas físicas teve evolução de 9,7%, centro do novo intervalo divulgado pela instituição.
O BB manteve as demais expectativas. O banco espera que o seu lucro líquido ajustado alcance de R$ 14,5 bilhões a R$ 17,5 bilhões este ano. De janeiro a junho, a cifra alcançou R$ 8,7 bilhões, possibilitando que o banco fique, ao menos, do centro para a ponta alta de suas projeções.
A carteira de crédito rural deve crescer de 3,0% a 6,0%. No primeiro semestre, avançou 2,4%.
Para a margem financeira bruta, a instituição trabalha com perspectiva de incremento de 3,0% a 7,0%. No primeiro semestre essa linha cresceu 4,5%.
Já as receitas com rendas de serviços e tarifas bancárias devem apresentar aumento de 5,0% a 8,0% neste ano. De janeiro a junho esses ganhos cresceram 6,7%.
As despesas com provisões para devedores duvidosos, chamadas de PCLD pelo banco, devem totalizar entre R$ 14,5 bilhões a R$ 11,5 bilhões. No primeiro semestre esses gastos foram da ordem de R$ 6,7 bilhões.
Já as despesas administrativas do BB devem ter alta de 2,0% a 5,0% em 2019 frente ao ano passado. No primeiro semestre, o banco superou seu guidance ao entregar aumento de apenas 0,3% em seus gastos. O resultado foi influenciado, conforme explica o BB em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, pelo “rígido controle de despesas”.