(Reuters) – O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, disse nesta terça-feira que em suas deliberações sobre política monetária a autarquia passou a avaliar a inflação de serviços e o hiato do produto, além de seguir olhando para o balanço de riscos e para as projeções e expectativas de inflação, como já acontecia.

“A inflação de serviços acho que resume os condutores do hiato de produto e da inércia, o que ajuda, e também traz uma aspecto retrovisor às dimensões”, disse Guillen em evento do JP Morgan, acrescentando que, em momentos de mudança na inflação, é útil examinar dimensões que ajudem a olhar tanto para frente como para trás.

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Sobre o hiato do produto, que mede o nível da ociosidade na economia, o diretor destacou que, mais importante do que discutir se ele está caindo, é avaliar o seu impacto sobre a inflação.

Na ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária, em que o BC manteve a taxa de juros em 13,75% ao ano, a autarquia avaliou que houve uma diminuição recente do nível de ociosidade da economia, e voltou a destacar o estreitamento do hiato do produto como um risco altista para a inflação.

FISCAL

Guillen disse ainda que uma das dimensões por meio da qual desdobramentos fiscais afetam as decisões do BC é o balanço de riscos para a inflação, com impactos de curto e longo prazos.

No curto prazo, os impactos têm mais a ver com o estímulo à atividade e o impacto sobre a inflação, e, no longo prazo, o foco é a credibilidade do arcabouço fiscal, afirmou.

Ele ressaltou que as políticas fiscais podem afetar as projeções e o câmbio.

O diretor também reiterou a mensagem de que a inflação segue em patamar elevado, apesar de reduções mais concentradas em preços voláteis e naqueles afetados por medidas tributárias, e frisou que o BC fará “o que for necessário” para levar a inflação à meta.

 

(Edição de Luana Maria Benedito)

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