19/12/2025 - 14:59
O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Jonathan de Jesus, estabeleceu o prazo de 72 horas para o Banco Central explicar a liquidação do Banco Master, de acordo com despacho publicado pelo órgão.
+Quando o FGC vai liberar o dinheiro de quem investiu no Banco Master?
O TCU pediu esclarecimentos sobre a fundamentação e motivação da decretação de liquidação; possíveis alternativas menos gravosas para a situação; histórico e linha do tempo das tratativas sobre o caso; e elementos que determinem se houve coerência interna e governança decisória.
No documento, o ministro do TCU também determinou eventual “inspeção” no BC caso os esclarecimentos não sejam suficientes.
Associação expressa apoio ao BC
Mais cedo, a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) expressou apoio ao Banco Central (BC), após o TCU questionar a liquidação extrajudicial do Banco Master. Em nota, obtida em primeira mão pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a entidade disse ter “confiança” em todas as decisões da autoridade monetária sobre o tema.
A associação ressaltou que o BC dispõe de independência e um quadro “altamente qualificado”, além de “plena capacidade técnica” para subsidiar as deliberações. A associação também defende a preservação da autonomia e segurança jurídica do BC, para garantir o funcionamento “em harmonia” das instituições e a proteção dos servidores. “O sistema financeiro nacional precisa de um Banco Central forte e com segurança jurídica em suas decisões”, enfatizou.
A associação representa bancos pequenos e médios, financeiras, cooperativas, sociedades de crédito direto, sociedades de empréstimo pessoal, corretoras, fintechs e instituições de pagamento.
Fundada em 1983, ela discute problemas conjunturais e econômicos que afetam os interesses do sistema financeiro e elabora estudos e notas técnicas sobre o setor.
No mês passado, a liquidação do Master foi justificada pela “grave crise de liquidez” do banco e violações a normas regulatórias. O presidente do Master, Daniel Vorcaro, chegou a ser preso por suspeita de fraudes na emissão de títulos de crédito falsos. No fim de novembro, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região determinou a soltura de Vorcaro e de outros executivos do banco, que foram obrigados a usar tornozeleira eletrônica.
Em conversas reservadas ao longo das últimas semanas, banqueiros e agentes do mercado têm defendido a atuação do presidente do BC, Gabriel Galípolo, no caso, conforme apurou o Broadcast.
A avaliação é a de que o banqueiro central se baseou em evidências sólidas e no trabalho do respeitado corpo técnico do BC.
Para algumas fontes, o antecessor de Galípolo, Roberto Campos Neto, deveria ter sido mais ágil enquanto o Master crescia rapidamente com uma estratégia agressiva de distribuição de Certificados de Depósito Bancário (CDBs).
Com informações da Reuters e do Estadão.
