10/01/2018 - 11:33
O Banco Central confirmou na manhã desta quarta-feira, 10, por meio de nota, que publicará a carta aberta do presidente da instituição, Ilan Goldfajn, ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. A publicação ocorrerá às 17h30 (de Brasília), no site do BC. O BC também informou, por meio da nota, que Ilan Goldfajn concederá entrevista coletiva à imprensa às 18 horas.
A carta aberta trará as justificativas do Banco Central para o fato de a inflação oficial de 2017, divulgada nesta quarta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ter ficado abaixo de 3,0%. O centro da meta de inflação perseguida pelo BC em 2017 era de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (inflação entre 3,0% e 6,0%).
Pelas regras do regime de metas, sempre que a inflação fugir do intervalo estabelecido, o presidente do BC precisará enviar uma carta aberta ao ministro da Fazenda.
No passado, o descumprimento havia ocorrido nos anos de 2001, 2002, 2003 e 2015. Em todos estes casos a inflação havia ficado acima do teto do intervalo da meta. Em 2017, porém, o problema foi uma inflação muito baixa, inferior ao piso.
Desde agosto do ano passado, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, vinha apresentando em declarações públicas os motivos para que, em 2017, a inflação estivesse tão baixa. Os comentários serviram de resposta a críticas, de alguns setores do mercado e do próprio governo, de que o BC teria demorado demais a intensificar o processo de cortes da Selic (a taxa básica de juros). Além disso, os comentários já preparavam a base de argumentação para um possível descumprimento da meta do IPCA – como foi confirmado nesta quarta.
Basicamente, Goldfajn afirma que a inflação em 12 meses manteve-se alta até agosto de 2016, para depois começar a ceder, sendo que a queda apenas foi acelerada no ano passado.
Além disso, o presidente do BC defende que parte substancial da queda da inflação em 2017 se deve ao choque favorável dos alimentos – em outras palavras, à forte baixa dos preços dos produtos.
Estes são alguns dos argumentos que devem constar na carta a ser divulgada pelo BC.