Por Ali Kucukgocmen e Daren Butler

ISTAMBUL (Reuters) – O banco central da Turquia manteve sua taxa de juros em 14% pelo sexto mês consecutivo nesta quinta-feira, repetindo expectativa de que um processo de desinflação comece apesar da inflação galopante que ultrapassou 73% no mês passado e de um ciclo de aperto global.

O banco cortou sua taxa básica em 500 pontos-base no final do ano passado, apesar do aumento dos preços, em uma política não ortodoxa defendida pelo presidente Tayyip Erdogan que deixou as taxas reais profundamente negativas.

O ciclo de flexibilização desencadeou uma crise cambial que corroeu 44% do valor da lira em relação ao dólar em 2021, aumentando ainda mais a inflação. A moeda enfraqueceu outros 24% este ano, enquanto a inflação atingiu uma máxima de 24 anos e deve subir mais nos próximos meses.

O banco central disse que a desinflação começará devido às medidas já tomadas, um potencial fim para o conflito na Ucrânia e efeitos de base favoráveis.

“O Comitê continuará a implementar a política macroprudencial reforçada definida decisivamente e tomará medidas adicionais quando necessário”, disse o banco.

Em uma pesquisa da Reuters, 14 dos 15 economistas consultados, esperavam que o banco central deixaria sua taxa de referência inalterada. Um deles esperava corte para 13%.

A maioria dos economistas consultados espera que a taxa básica de juros permaneça estável até o final do ano, refletindo a opinião de que não haverá nenhuma reviravolta no plano de política econômica não ortodoxo de Erdogan.

Neste mês, Erdogan disse que a Turquia continuará cortando a taxa de juros em vez de aumentá-la diante dos altos custos de vida.

Sob o atual programa econômico, o governo quer que o setor privado faça investimentos aproveitando as taxas baixas para aumentar a produção, as exportações e o emprego.

(Reportagem adicional de Ezgi Erkoyun)

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