O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, destacou nesta quarta-feira que, apesar do aumento do déficit interanual do déficit em conta corrente em junho, no primeiro semestre (-US$ 13,803 bilhões), o rombo é o menor desde 2017. “Permanece tendência de déficits baixos em c/c, que pode ser traduzida como uma posição externa confortável”, disse Rocha, na entrevista coletiva para comentar os dados de junho.

No caso do resultado do mês, o crescimento de US$ 1,1 bilhão do déficit em transações correntes em junho ante igual mês do ano passado deveu-se ao aumento do gasto com juros externos e das remessas de lucros e dividendos, assim como avanço do rombo na renda secundária. Por outro lado, o superávit da balança comercial de bens e a redução do déficit em serviços atuaram no sentido contrário.

A balança comercial registrou superávit de US$ 8,603 bilhões em junho, o melhor resultado da série histórica do BC para o sexto mês do ano, mas com redução do montante de importações e exportações. No primeiro semestre, o saldo positivo de R$ 37,823 bilhões também é recorde. Rocha ainda destacou as diferenças entre os dados do BC e do Ministério do Desenvolvimento para o saldo comercial. O BC, por exemplo, considera a importação de criptoativos, que reflete o investimento nesses ativos. Em junho deste ano, essa rubrica ultrapassou pela primeira vez o volume de US$ 1 bilhão, em US$ 1,096 bilhão.