O Banco Central do Chile decidiu nesta terça-feira, 5, por unanimidade, cortar sua taxa básica de juros em 75 pontos-base, para 9,50% ao ano. A decisão representa uma desaceleração no ritmo de relaxamento monetário, após a autoridade monetária ter iniciado o ciclo de afrouxamento com um corte de 100 pontos-base em julho. A redução foi menor que a projeção de analistas da FactSet, que esperam um corte maior, na média a 9,38%.

Segundo comunicado oficial, a inflação continuou a diminuir globalmente, embora as perspectivas de política monetária variem entre os países. “Por sua vez, as perspectivas de crescimento mundial tanto para este ano como para o próximo permanecem fracas, com as quais o impulso externo que a economia chilena receberá permanecerá limitado”.

Falando sobre a economia local, o BC do Chile destaca que a taxa de desemprego subiu para 8,8% no trimestre móvel encerrado em julho, mas que o crescimento anual dos salários reais continua a se recuperar após a contração dos trimestres anteriores e que as percepções das famílias e das empresas sobre a economia mostram uma “ligeira recuperação” até o momento atual de 2023. “O cenário macroeconômico evoluiu conforme previsto, projetando que a inflação convergirá para a meta de 3% na segunda metade de 2024”.

Ainda, a autoridade monetária destaca que os mercados financeiros globais estão refletindo um menor apetite por risco, considerando as incertezas sobre a economia da China e a taxa de desinflação a nível global. Segundo a instituição, o peso chileno desvalorizou no período desde encontro anterior, como resultado dos diferenciais das taxas de juros no exterior e pela aversão ao risco dos mercados globais.

Em comunicado, o conselho de política monetária do Chile ainda reafirmou seu compromisso “de agir com flexibilidade caso algum dos riscos internos ou externos se materialize e as condições macroeconômicas assim o exijam”.