07/05/2025 - 15:02
O Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, decidiu pela manutenção da taxa de juros do país, que está no patamar de 4,25% a 4,50%. A manutenção dos juros era o esperado pelo mercado.
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A decisão pela manutenção dos juros foi unânime entre os membros do Fomc (sigla em inglês para Comitê Federal de Mercado Aberto), e vai contra a pressão do presidente Donald Trump para que o Fed fizesse um corte na taxa. Trump chegou a fazer ataques contra o presidente da instituição, Jerome Powell, inclusive com ameaças de demissão.
Em comunicado, o Comitê diz que indicadores recentes sugerem que a atividade econômica continuou a se expandir “a um ritmo sólido”, com a taxa de desemprego estabilizada em nível mais baixo nos últimos meses e com a inflação ainda relativamente elevada. A meta de inflação dos Estados Unidos é de 2%.
O documento aponta ainda que “os riscos de maior desemprego e inflação aumentaram” e que “a incerteza quanto às perspectivas econômicas aumentou ainda mais.”
Para Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, a situação é um desafio porque a inflação causada por tarifas é diferente de um aumento de preços por excesso de demanda. “Subir juros desestimula o consumo e a tomada de crédito, mas não ajuda a baixar os aumentos nos preços causados por tarifas. Ao mesmo tempo, baixar os juros para evitar uma desaceleração econômica pode reforçar a inflação pelo lado da demanda.”
Às 16 horas (horário de Brasília), Jerome Powell fará um pronunciamento para comentar a decisão do Fed.
“O comunicado ressalta os riscos de um mandato duplo, com a possibilidade de aumento no desemprego e inflação mais alta. Em relação à decisão do Fed, sempre foi claro que, ao escolher entre combater a inflação ou proteger a economia, a prioridade do banco central é a segunda opção”, aponta Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.