O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta quinta-feira, 30, que a autoridade monetária está confortável com o ritmo de cortes de 50 pontos-base na taxa Selic e chegou a um ponto do ciclo de afrouxamento no qual está confortável para observar a evolução do cenário. “O que a gente tem tentado fazer? Não se emocionar muito com os dados, especialmente os de alta frequência, e tentar se beneficiar do fato que estamos num ponto do ciclo que permite ver como isso se desenrola”, disse Galípolo durante um evento organizado pelo banco JPMorgan, em São Paulo.

Ele afirmou que o BC decidiu entrar em um “esporte de altíssimo risco para emergentes” ao dar um forward guidance na condução da política monetária, quando mencionou a preferência por manter o ritmo de cortes de 50 pontos “nas próximas reuniões”, no plural.

Galípolo lembrou, no entanto, que esse forward guidance acabou levando a discussão no mercado mais para o orçamento total dos cortes – ou seja, a qual nível a Selic vai cair no fim do ciclo – do que para o ritmo de baixa. Mas relatou que tem sentido no mercado, em conversas recentes, um sentimento de que haveria espaço para acelerar os cortes.

O diretor acrescentou que ainda não está claro se diversos bancos centrais do mundo já chegaram ao fim dos seus ciclos de aperto. Aqui, repetiu que o BC observa os dados para balizar as decisões.

Ele disse que, se os dados mudarem, as suas próprias opiniões sobre a condução da política monetária também podem mudar.