Brasília, 31 – O chefe do departamento de regulação, supervisão e controle das operações de crédito rural e do Proagro, Cláudio Filgueiras, explicou nesta quinta-feira, 31, que os ajustes feitos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) nas regras do crédito rural buscam alocar mais recursos para a modalidade, tanto para os pequenos quanto para os grandes produtores.

O CMN alocou novos recursos de cerca de R$ 6 bilhões para os pequenos e médios produtores rurais nesta safra e ajustou as regras do financiamento agrícola com recursos das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) – utilizadas pelos maiores produtores -, permitindo que os recursos captados por meio deste instrumento possam ser aplicados em condições livremente pactuadas pelas partes.

“De julho a dezembro de 2017 tivemos cerca de R$ 89,5 bilhões utilizados no crédito rural, enquanto no mesmo período do ano passado esse volume de operações chegou a R$ 103,2 bilhões, um aumento de 15,3%”, detalhou. “O adicional de R$ 6 bilhões para os pequenos e médios produtores vai garantir que haja recursos até o fim da safra”, completou.

Filgueiras afirmou ainda que a liberação das condições de aplicação das LCAs deve aumentar a disponibilidade de recursos para o setor, em cerca de R$ 1 bilhão por mês, de acordo com projeções preliminares do BC. “As LCAs saíram de R$ 30 bilhões na safra 2017/2018 para R$ 46 bilhões na safra atual. Tivemos um aumento muito grande neste instrumento”, avaliou.

Até então, do total de contratos de LCAs com os bancos precisavam direcionar para os produtores rurais (35% das emissões), 40% estava travado a taxas de até 8,5% ao ano. Agora o volume de LCAs para o produtor com taxas livres passou de 60% para 100%. “Com as taxas livres, haverá mais liquidez para o papel e mais fluidez para o banco contratar mais. Acreditamos que o volume de emissões será maior”, explicou.

A medida vai em linha com o objetivo do novo governo de aumentar o crédito livre na economia”, concluiu.