BRASÍLIA (Reuters) – O Banco Central melhorou sua projeção de crescimento econômico em 2022 a 2,9%, de 2,7% antes, conforme Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira.

“Essa alteração foi bastante influenciada pela revisão da série histórica do PIB, que resultou em elevação do resultado interanual do primeiro semestre do ano”, informou o BC.

No documento, a autoridade monetária deixou inalterada a perspectiva de expansão de 1,0% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 que havia sido estimada em setembro

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O BC explicou que a avaliação para o próximo ano reflete “cenário prospectivo de desaceleração da atividade econômica”, ponderando que incertezas domésticas e no exterior seguem elevadas, o que torna as projeções mais incertas que o usual.

O Ministério da Economia, por sua vez, prevê expansão de 2,7% para o PIB este ano e de 2,1% para o próximo, enquanto o mercado, segundo o boletim Focus mais recente, estima que a economia crescerá 3,05% em 2022 e 0,75% no ano que vem.

Em relação à política monetária, o BC reiterou mensagem da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de que se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação.

Atualmente a taxa básica de juros está em 13,75% ao ano.

INFLAÇÃO

Em relação às avaliações sobre a inflação, o BC afirmou que o índice de preços seguiu recuando nos últimos três meses diante dos efeitos das medidas tributárias e da recente queda dos preços das commodities.

“A inflação subjacente se mantém alta e em patamar incompatível com o cumprimento da meta de inflação, mas há sinais incipientes de arrefecimento na margem, inclusive no segmento de serviços”, disse.

Segundo o relatório, o IPCA do trimestre encerrado em novembro ficou 0,17 ponto percentual acima do cenário de referência apresentado há três meses, ressaltando que essa surpresa ocorreu porque não se concretizou parte da redução esperada nas tarifas de energia elétrica residencial após corte tributário e houve alta substancial nos preços de alimentos in natura.

O BC disse ainda que a probabilidade de a inflação ultrapassar o teto da meta neste ano passou de 93% para nível próximo a 100%, enquanto a chance de estouro em 2023 subiu de 46% para 57%.

(Por Bernardo Caram)

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