O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira, 24, que a autoridade monetária não tem nenhuma intenção de acabar com o papel moeda no País. Na avaliação dele, é importante manter essa opção, especialmente em países emergentes.

“A gente ainda tem um porcentual grande da classe D e E que recebe o salário em papel moeda e que não tem conta em banco, mas o Pix está fazendo com que isso mude, as pessoas estão cada vez abrindo mais contas em banco”, disse, em um evento sobre blockchain, no Rio de Janeiro.

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Ele lembrou que, durante a pandemia de covid-19, foi importante ter a opção de circulação do papel moeda. Quem recebia o Auxílio Emergencial, relatou, normalmente tentava sacar os recursos, e isso gerou falta de cédulas em circulação.

“Faltar cédula não tem nada a ver com dinheiro, mas, em mundo emergente, tem histórico de situações onde, quando falta cédula, as pessoas associam aquilo a corrida bancária”, explicou, lembrando que a nota de R$ 200 foi criada para endereçar este problema.

Drex

Roberto Campos Neto também disse que a autoridade monetária está próxima de chegar a uma solução para permitir que o sistema do Drex torne-se escalável, mantendo a privacidade. “Eu acho que a gente vai ter notícias positivas nos próximos meses”.

Ele reforçou que, para avançar no Drex, é necessário avançar em um sistema escalável com soluções de privacidade, programabilidade e descentralização. Hoje, o piloto da moeda digital do Banco Central está na sua segunda fase.

Campos Neto também disse que o BC tem o compromisso de manter a transparência e tentar sempre evitar qualquer tipo de vazamento de informações.