27/03/2025 - 8:20
O Banco Central piorou sua projeção de crescimento econômico do Brasil em 2025 a 1,9%, contra patamar de 2,1% estimado em dezembro, conforme Relatório de Política Monetária divulgado nesta quinta-feira, 27.
O Ministério da Fazenda, por sua vez, prevê expansão de 2,3% para o PIB este ano, embora o ministro Fernando Haddad tenha chegado a afirmar neste mês que o crescimento poderia ser de 2,5%. O mercado, segundo a pesquisa Focus mais recente, estima que a economia crescerá 1,98% em 2025.
Em relação à política monetária, o BC reiterou mensagem da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de que antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de magnitude menor do que 1 ponto percentual na reunião de maio.
Inflação
No documento, o BC afirmou que em seu cenário de referência a inflação continua acima do limite do intervalo de tolerância da meta ao longo de 2025, começando a cair a partir do quarto trimestre, mas ainda permanecendo acima do alvo contínuo de 3% –que tem margem de 1,5 ponto para mais ou para menos.
As projeções da autarquia apontam para uma inflação acumulada em 12 meses na faixa de 5,5% e 5,6% nos três primeiros trimestres deste ano, caindo para 5,1% no final do ano.
Segundo o documento, o índice de preços cairia para 3,7% em 2026 e 3,1% no terceiro trimestre de 2027, já dentro da margem de tolerância, mas ainda acima do centro da meta.
A meta contínua de inflação prevê que o BC se explique e apresente um plano de trabalho para a convergência da inflação após seis meses contínuos de rompimento dos limites da meta, o que deve ocorrer em junho deste ano.
Para o BC, ao fim de 2025, a chance de a inflação estourar o teto da meta é de 70%, contra 50% antes. Para 2026, a chance foi estimada em 28%, ante 26%.
Em relação à política monetária, o BC reiterou mensagem da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de que antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de magnitude menor do que 1 ponto percentual na reunião de maio.
Crédito
O BC prevê um crescimento do crédito no país de 7,7% este ano, ante estimativa de 9,6% feita em dezembro. Agora, a expectativa é que o crédito às famílias suba 8,0% em 2025, contra expectativa anterior de 10,0%. Para as empresas, a alta foi calculada em 7,2%, ante 9,0% no último relatório.
Para o estoque de crédito livre, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e tomadores, o BC projeta agora uma expansão de 7,9% (+9,6% antes). Para o crédito direcionado, que atende a parâmetros estabelecidos pelo governo, a perspectiva é de alta de 7,5% (+9,7% antes).
Projeção para transações correntes
O Banco Central também piorou sua estimativa para o resultado das transações correntes neste ano, passando a ver um saldo negativo de US$62 bilhões, ante rombo de US$58 bilhões projetado em dezembro.
Em seu Relatório de Política Monetária, o BC manteve em US$70 bilhões a perspectiva para os Investimentos Diretos no País (IDP) em 2025.
Nas contas do BC, a balança comercial terá superávit de US$61 bilhões neste ano, ante estimativa anterior de saldo positivo de US$65 bilhões. A despesa líquida com viagens, por sua vez, foi estimada em US$14 bilhões, ante US$10 bilhões da projeção de dezembro.