21/01/2021 - 13:25
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou nesta quinta-feira, 21, em coletiva de imprensa após decisão de política monetária da entidade, que a inflação da zona do euro deve aumentar nos próximos meses, à medida em que o impacto da pandemia diminui com apoio de políticas fiscais e monetárias acomodatícias. Para o curto prazo, porém, a dirigente afirma que o nível de preços seguirá baixo por conta da “fraca demanda nos setores de turismo”, além da pressão causada pela apreciação do euro.
“Continuaremos monitorando a evolução da taxa de câmbio no que diz respeito às suas possíveis implicações para as perspectivas de inflação no médio prazo”, disse Lagarde durante seu discurso.
Políticas fiscais
A presidente do BCE também caracterizou como “mistos” os sinais da economia da zona do euro e defendeu a importância “crítica” de se manter uma política fiscal direcionada e temporária. “É necessário seguir acomodatício tanto do ponto de vista fiscal quanto monetário”, argumentou.
Do lado positivo, a dirigente citou o rápido desenvolvimento de vacinas para a covid-19 e o acordo comercial pós-Brexit entre Reino Unido e União Europeia.
Do negativo, destacou as variantes do coronavírus e os atrasos no processo de vacinação, além da intensificação da pandemia. “Consideramos projeções econômicas de dezembro como ainda válidas”, disse, acrescentando que os riscos apontam para negativo, embora de forma menos pronunciada.
Lagarde exortou os Estados membros da UE a acelerarem a ratificação do fundo de recuperação de 750 bilhões de euros, que, para ela, é essencial para assegurar a retomada. “amplos estímulos seguem necessários para apoiar todas as áreas da economia”, ressaltou.
A banqueira central explicou ainda que o nível de empréstimos para empresas está “moderado”, enquanto o crédito para famílias é “resiliente”. Ela acrescentou que as incertezas estão desestimulando investimentos corporativos e que espera que, com o fim da pandemia, o aumento da demanda impulsionará a inflação.