O Banco Central Europeu (BCE) diz que é cauteloso quanto à utilização da inteligência artificial (IA) e está consciente dos riscos que o uso dos mecanismos acarreta, de acordo com texto da diretora de estratégia, Myriam Moufakkir, publicado no blog da autarquia.

Os estatísticos do BCE recolhem, preparam e divulgam dados de mais de dez milhões de entidades jurídicas na Europa, que são classificadas por setor institucional e as técnicas de aprendizado de máquina permitem que o BC automatize o processo de classificação, liberando a equipe para realizar a avaliação e interpretação desses dados.

O BCE também trabalha em conjunto com economistas e analistas de outros bancos centrais da zona do euro – através da rede Price-setting Microdata Analysis -, para explorar a forma como a IA pode ajudar na estruturação de dados reunidos em tempo real para melhorar a precisão de suas análises.

Outra frente de uso da IA é na supervisão bancária. Os supervisores analisam uma vasta gama de documentos de texto relevantes, como artigos, notícias, avaliações de supervisão e documentos dos próprios bancos, consolidando os dados na plataforma Athena, que ajuda os supervisores a encontrar, extrair e comparar essas informações.

Usando modelos de processamento de linguagem natural treinados com feedback de supervisão, a plataforma oferece suporte aos supervisores com classificação de tópicos, análise e modelagem dinâmica, em segundos, para que os analistas possam compreender mais rapidamente as informações relevantes.

O BCE diz ainda que está explorando o uso do ChatGPT e de outros modelos de linguagem. “Um modelo linguístico ampliado também pode ajudar a melhorar os textos escritos pelos funcionários, tornando a comunicação do BCE mais fácil de compreender pelo público”, pondera Myriam Moufakkir.