O dirigente do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do BC da Eslováquia, Peter Kazimir, afirmou que a decisão de cortar juros em outubro “deixa a reunião de dezembro amplamente aberta”. “Todas as opções estão sobre a mesa”, reforçou, em nota publicada nesta segunda-feira, 21.

Kazimir disse ainda que a decisão de reduzir as taxas de juros foi uma demonstração de confiança no processo de desinflação e uma medida de segurança contra os riscos de crescimento fraco que rondam a zona do euro, não “uma declaração de vitória”. “Teremos mais informações em termos de dados e novas projeções em mãos até dezembro para nos guiar”, apontou.

Se for confirmado um “ritmo acelerado de desinflação”, o BCE estará em posição “forte e confortável” para continuar o ciclo de relaxamento monetário, afirma Kazimir. Do contrário, se os novos dados apontarem repique da inflação, os dirigentes podem desacelerar ritmo de cortes nas próximas reuniões. “Mesmo depois de cortar juros, as taxas seguem restritivas”, lembrou.

O dirigente pondera que o mercado de trabalho europeu segue resiliente, com desemprego em nível baixo, ao mesmo tempo em que o cenário geopolítico global representa riscos de alta para a inflação. Para Kazimir, os próximos passos dependerão da materialização destes riscos.

Kazimir defende que, considerando a atual “fragilidade econômica” do bloco, é preciso ter prudência e manter a flexibilidade da política monetária para agir como for necessário. “Estou cada vez mais confiante que a trajetória de desinflação está firme, mas ainda preciso de mais provas do retorno sustentável à meta”, concluiu.