O dirigente do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do BC da Eslováquia, Peter Kazimir, afirmou nesta segunda-feira, 18, que não é possível mover os juros para o “próximo estágio”, referindo-se a precificação do mercado de cortes já no início de 2024. Segundo ele, os dados positivos de redução da inflação nos últimos meses ainda não são suficientes para declarar vitória.

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“Estamos cada vez mais confiantes que inflação atingirá meta de 2% em 2025 e que vamos conquistar isso em um cenário de pouso suave. Contudo, o progresso está sujeito a riscos”, alertou o dirigente, em comunicado.

Diante das incertezas em um ambiente econômico “complexo”, a decisão de evitar discussões sobre cortes de juros é uma “escolha estratégica para manter a estabilidade”, comentou ele.

Para Kazimir, o risco de um “relaxamento prematuro” é significativamente maior do que o de manter a política monetária restritiva por tempo prolongado demais. “Prudência é a chave. Estamos monitorando de perto os indicadores econômicos para não fazer nenhum movimento precipitado”, afirmou.

Dessa forma, o dirigente defende uma postura cautelosa do BCE e manutenção dos juros em nível restritivo por tempo suficiente, enquanto monitoram sinais de moderação da inflação e dos salários no bloco.

Ele lembra que o banco central projeta um repique da inflação nos próximos meses, antes de um processo gradual de queda até a meta.

Kazimir ainda argumenta que o “crescimento desapontador” da zona do euro não tem a política monetária como seu principal catalisador, mas sim problemas de competitividade graças a “lenta adaptação da Europa às necessidades do século 21”. “Precisamos investir em reformas estruturais para impulsionar a produtividade e, assim, conseguir um crescimento econômico sustentável”, afirmou.