O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, afirmou nesta quinta-feira, 22, que a instituição estará atenta aos indicadores, “reunião a reunião”, para suas próximas decisões de política monetária. Durante evento na Espanha, ele apontou que serão levadas em conta as próximas projeções do BCE, que saem em setembro, a evolução do núcleo da inflação e como as decisões já tomadas serão transmitidas para as condições de financiamento.

Guindos disse que as decisões passadas já afetam as condições de financiamento. “A partir daí devem afetar a atividade”, projetou.

Ele reforçou que o mandato da instituição é conter a inflação. “É preciso fazer isso com prudência, porque se sabe o dano à economia real e as consequências na estabilidade financeira”, afirmou.

Segundo ele, a política monetária até o momento “não está gerando problemas do ponto de vista da estabilidade financeira.

Guindos também mencionou mudanças no quadro global. Para ele, o processo de globalização “continuará, mas de forma distinta”.

O vice do BCE mencionou o chamado “friendshoring”, a busca por parceiros mais próximos e aliados para integrar cadeias de produção. Esse contexto pode favorecer a Espanha, na opinião dele.

Na avaliação dele, as bases da economia do país “são boas” e uma vantagem para o futuro é que agora há superávit na conta corrente da balança de pagamentos.

Ele ainda foi questionado sobre a possibilidade de participar de um possível governo do Partido Popular, sigla favorita para as próximas eleições no país. “Ainda tenho quase três anos no BCE e espero cumprir meu mandato”, afirmou, durante evento na Universidade Internacional Menéndez Pelayo.