Os BDRs são certificados de ações de empresas listadas originalmente em bolsas fora do Brasil, mas que podem ser comprados e vendidos aqui na B3. Através deles, é possível investir nas maiores companhias abertas do mundo sem sair da bolsa de valores brasileira.

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O Brazilian Depositary Receipt (BDR) é negociado da mesma forma que uma ação local, com a mesma facilidade, em reais e na bolsa do Brasil. Entre os mais de 800 BDRs disponíveis, alguns se destacam seja por seus rendimentos ou por serem os mais negociados.

O levantamento elaborado por Einar Rivero, CEO da Elos Ayta, mostra os BDRs com maior volume médio diário e seus desempenhos no 1º semestre de 2025. Confira!

As 20 ações com maiores volumes de negociação no 1º semestre

EmpresaCódigoVolume médio diário (R$ Milhares)Retorno
Tesla, IncTSLA34138.352-32,73%
Nvidia CorpNVDC34132.2640,69%
Inter & Co, Inc.INBR3277.83357,59%
Xp Inc.XPBR3150.93049,45%
Mercado LibreMELI3442.35831,85%
Nu Holdings Ltd.ROXO3429.88515,27%
Microstrategy IncM2ST3428.10815,81%
Amazon.Com, IncAMZO3422.113-13,85%
Microsoft CorpMSFT3419.2701,86%
Alphabet IncGOGL3418.991-19,94%
Meta Platforms, IncM1TA3418.8659,31%
Apple IncAAPL3418.055-27,82%
Alibaba Group Holding LtdBABA349.39820,70%
Taiwan SemiconductorTSMC347.1380,40%
Palantir Technologies IncP2LT346.89153,14%
Netflix, IncNFLX346.53031,40%
Coinbase Global, IncC2OI345.80220,23%
Berkshire Hathaway IncBERK345.217-6,14%
Stoneco Ltd.STOC345.14081,34%
Broadcom IncAVGO344.5313,11%

Entre os BDRs, os papéis da Tesla (TSLA34) são os que lideram com mais de R$ 138 milhões de volume médio diário na B3. Na sequência aparece a Nvidia (NVDC34), com volume médio diário de R$ 132 milhões. Completando o Top 3, o BDR do Inter (INBR32) aparece com R$ 77 milhões de volume médio diário.

De acordo com Enzo Pacheco, analista da Empiricus Research, o ranking de BDRs mais negociados dificilmente foge das empresas mais conhecidas, e pincipalmente da 7 Magníficas – empresas de tecnologia que engloba Tesla, Nvidia, Apple, Amazon, Alphabet (Google), Meta e Microsoft. Assim como empresas brasileiras listadas no exterior ou que estão no dia a dia dos brasileiros como Mercado Livre, XP, Inter.

Contudo, ele destaca que no primeiro semestre houve uma “tendência de diversificação, além dos Estados Unidos. Os investidores migraram para outros mercados que não o americano, dado todo o ruído político em relação às tarifas, questão de migração e políticas humanitárias”.

Tesla: mais negociada com desempenho negativo

Apesar de ser a empresa com maior volume de negociação, os BDRs da Tesla apresentaram desempenho negativo. Com queda de 32,73%, o papel da empresa de Elon Musk foi o pior entre os 20 mais negociados.

“O fato é que as ações da Tesla são muito mais voláteis do que as outras fabricantes de veículos, porque tem ‘um quê’ muito mais político nessas ações do que nesses outros papéis”, afirma Pacheco.

O analista da Empiricus relembra que no final de 2024, com a vitória de Donald Trump para a presidência dos EUA, Musk tinha uma presença vocal e promessa de cargo no governo.

Com isso, “os investidores acabaram se antecipando e colocando muitas notícias positivas no preço do papel, e o papel chegou a bater quase 500 dólares no final do ano passado nessa expectativa de que ele poderia fazer muitas coisas que beneficiariam as empresas dele”, aponta Enzo Pacheco.

Outro ponto ressaltado pelo analista é em questão de concorrência, já que 80% da receita da Tesla vem da venda de automóveis, e esse mercado tem se tornado cada vez mais competitivo, principalmente com modelos chineses.

“A principal receita da companhia vem mostrando dificuldades, se você for ver os últimos resultados teve queda na receita tanto na entrega quanto na produção de veículos”, diz Pacheco.

BDR da Nvidia estável

Outro desempenho que chamou atenção foi o da Nvidia. Na primeira metade do ano o papel da empresa na bolsa brasileira teve variação de +0,69%, com altos e baixos no semestre, principalmente devido às tarifas de Trump.

“As ações começaram o ano ali por volta dos US$ 13, chegaram a bater quase US$ 152, mas com os investidores migrando dos Estados Unidos para outras regiões do mundo as ações de crescimento acabaram sofrendo mais. Com as tarifas o papel chegou a bater quase US$ 90, ou seja, uma queda de quase 50% até começo de abril e depois se recuperou. Desde então, teve uma valorização de mais de 50% e atingiu uma nova máxima histórica quase nos US$ 160”, destacou o analista da Empiricus.

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