24/11/2022 - 3:23
Quando a australiana Sarah Regan, de 38 anos, que mora em Sidney, foi trocar a fralda de seu bebê de 9 meses, ficou horrorizada ao encontrá-lo deitado em uma poça de sangue. Imaginando que a filha Birdie poderia ter uma infecção renal, a levou às pressas para o pronto-socorro. Após uma bateria de exames, o bebê foi diagnosticado com puberdade precoce e o sangue era de uma menstruação.
Segundo o site australiano News, a descoberta ocorreu após a realização de ultrassom, testes hormonais e raio-X no pulso. Os médicos descobriram que os ossos da menina de 9 meses haviam envelhecido 18 meses e que ela sofria de puberdade precoce, antes mesmo de poder andar ou falar.
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“Essa foi a primeira menstruação dela. Eu não sabia o que pensar, não sabíamos muito o que era e nunca tínhamos ouvido falar disso antes”, comenta Sarah ao site.
De acordo com o site da Faculdade de Medicina da UFMG, a puberdade precoce é rara e surge antes dos 8 anos em meninas e dos 9 anos em meninos. “É causada pela circulação precoce dos hormônios sexuais no sangue. Isso ocorre porque a criança se expôs a algum hormônio [como medicamentos]; ou porque suas glândulas passaram a produzir esses hormônios sexuais antecipadamente”, explica a instituição.
Essa condição pode levar ao maior risco de abuso sexual, à baixa estatura na fase adulta e ao maior risco de obesidade, hipertensão, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer.
Agora com 2 anos, Birdie é tão jovem que é difícil para os pais dizerem quais outros sintomas ela tem, como alterações de humor ou dores menstruais.
“Ela não tem pelos pubianos ou seios, o que algumas crianças com a doença podem ter”, conta Sarah ao News.
A australiana é mãe de três filhos, incluindo Zachary, de 10 anos, e Elsie, de 1, e admite que é difícil ter que explicar constantemente a condição de Birdie. “Quando ela vai para a creche, sinto que devo explicar caso encontrem sangue na fralda. É por isso que temos um atestado médico para garantir que ninguém se preocupe. Esse é o nosso maior desafio para ela”.
No entanto, Sarah comenta que é importante que as pessoas saibam sobre essa condição de saúde.
“Também não quero que as pessoas se tornem complacentes. Se for encontrado sangue na fralda de uma criança, deve ser investigado”, sugere.
Após o aparecimento da menstruação aos 9 meses de vida, Birdie passou a ter sangramentos esporádicos. A criança precisa passar por testes de hormônio, ultra-som e raio-X a cada seis meses para verificar o desenvolvimento, explica o News.
Sara Regan conta ao site australiano que, caso o desenvolvimento da filha de 2 anos se mostre muito rápido, pode considerar o uso de injeções de hormônio para retardar esse crescimento e impedir que outros elementos da puberdade cheguem cedo demais.
“Ela teve sangramento desde o primeiro caso. Não tem sido mensal. Demora mais, não é regular. Isso torna muito difícil rastrear. Estamos tentando garantir que não a afete fisicamente. Ela é uma garota normal, tem quase 3 anos, está tendo acessos de raiva”.