O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) decretou nesta terça-feira, 9, durante audiência de custódia, a prisão preventiva de Marcelo Valverde Valezi, de 52 anos, e de Roberta Porfirio de Sousa Santos, 41 anos, que foram encontrados, no Tatuapé, na zona leste de São Paulo na tarde de segunda-feira, 8, dentro de um carro com o bebê de 2 anos, que havia desaparecido há mais de uma semana em Santa Catarina.

Na segunda-feira, o menor foi localizado pela Polícia Militar de São Paulo com a dupla, que foi presa em flagrante por tráfico de pessoas. “Em audiência de custódia, eles tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva”, disse o TJ-SP.

A criança tinha sido vista pela última vez no dia 30 de abril, em Florianópolis. Na sexta-feira passada, dia 5, um boletim de ocorrência foi registrado pela família do menor. Desde então, a polícia catarinense apura o caso.

Conforme a investigação, os policiais chegaram até os suspeitos após serem informados, pelo setor de inteligência da polícia, que um carro envolvido em ação criminosa estava circulando pela região do Tatuapé. O carro, um Hyundai Creta branco, foi localizado com auxílio do sistema de monitoramento Detecta na Avenida Conselheiro Carrão. A Polícia Militar passou a acompanhá-lo de longe e realizou a abordagem no Tatuapé. Não houve perseguição. No volante, estava Valezi. No banco de trás, Roberta e o bebê, acomodado em uma cadeira apropriada para a idade.

A Polícia Civil de Santa Catarina investiga como a mulher teria pego o bebê de 2 anos em São José, na região metropolitana de Florianópolis, e levado para a cidade de São Paulo. A participação do homem, suspeito de fazer a intermediação do contato entre ela e a mãe da criança, também está sendo apurada.

“Quando os vidros se abaixaram e nós localizamos o casal e a criança, tomamos todos os cuidados para não assustar a criança. Até achei que podia ser algum engano”, disse o sargento Márcio Roberto dos Santos. Segundo ele, a mulher falou que era responsável pelo bebê e disponibilizou a certidão de nascimento original da criança.

“Quando perguntamos onde estavam indo, ela disse que tentaria a adoção da criança”, afirmou ele. Roberta não tem nenhum processo criminal, mas Marcelo, que teria a ajudado, já foi indiciado por lesão corporal, segundo a PM.

Ainda na segunda-feira, a criança foi encaminhada ao Conselho Tutelar de São Paulo, onde aguarda decisão da Justiça para ser entregue aos familiares no Estado catarinense.

Com relação ao bebê, o TJ-SP afirmou que foi determinado seu acolhimento institucional até que as circunstâncias do caso sejam melhor apuradas. “Também foi determinada a citação da genitora e do casal com quem a criança se encontrava, para que apresentem defesa”, disse.

No Instagram, o humorista Juliano Gaspar, tio do menino, compartilhou informações e foto do sobrinho na tentativa de ajudar nas investigações. “Minha irmã, mãe dele, está internada e não consegue dar informações de onde o deixou ou quem ficou com ele. Qualquer informação sobre seu paradeiro pode ser enviado aos números do post de forma completamente sigilosa. O ocorrido foi na Grande Florianópolis, mas ele pode estar em qualquer lugar”, disse ele em publicação feita no sábado, dia 6.