Uma pesquisa conduzida pelo Royal College de Dublin apontou que bebês nascidos durante o período de lockdown da pandemia levaram mais tempo para desenvolver habilidades de comunicação.

Segundo o estudo, que envolveu 309 crianças, bebês nascidos entre março e maio de 2020 tiveram mais dificuldade de se comunicar do que os nascidos entre 2008 e 2011.

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Enquanto 77% dos nascidos durante a pandemia conseguiam articular uma palavra completa, como “bola” ou “copo”, com um ano de idade, esse percentual era de 89% entre os nascidos nos anos de 2008 a 2011.

Essa queda na habilidade de comunicação não foi vista apenas na fala, mas também nos gestos.

Na comparação entre esses mesmos grupos, a porcentagem de bebês que apontavam objetos caiu de 93% para 84%,

Já os que conseguiam fazer o aceno de “tchau” caíram de 94% para 88%.

Essa queda em ações simples, tem ligação direta com o lockdown, já que uma criança que não saiu de casa, já estava totalmente habituada com os objetos em volta, sem ter nada que despertasse o seu interesse e a fizesse apontar para o objeto desejado.

O mesmo se explica em relação ao aceno de despedida, já que as visitas e reuniões estavam proibidas durante a pandemia, não havia contato social e oportunidades para o bebê dar o cativante “tchauzinho” que os adultos adoram ver.

Genética x Ambiente

Com isso, os pesquisadores acreditam ter mostrado que, apesar do neurodesenvolvimento ter sua parcela genética, a educação dos pais e a exposição social também cumprem papéis importantes neste quesito.

Mas o impacto da pandemia no desenvolvimento infantil ainda é um mistério, pois não se sabe se haverá uma recuperação com o fim das restrições, ou se ocorrerão efeitos a longo prazo.