Reunião de cúpula na capital da Alemanha visa explorar soluções para o fim da guerra. Enviado de Trump encontra Zelenski e líderes europeus neste fim de semana para achar posição comum para negociações com a Rússia.O enviado dos EUA, Steve Witkoff, estará em Berlim neste fim de semana para se reunir com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, e líderes europeus.

Um funcionário da Casa Branca confirmou nesta sexta-feira (12/12) a informação divulgada pelo jornal The Wall Street Journal (WSJ) de que o enviado de Trump viaja à capital alemã para discutir o andamento das negociações de paz sobra a guerra na Ucrânia.

O encontro ocorrerá neste fim de semana, antes da cúpula convocada pelo chanceler federal alemão, Friedrich Merz, com diversos chefes de Estado e de governo europeus, bem como líderes de instituições da UE e da Otan, agendada para segunda-feira.

Segundo o WSJ, Witkoff, além de se reunir com Zelenski, também se encontrará com seus homólogos da França, do Reino Unido e da Alemanha no domingo e na segunda-feira.

Merz convidou Zelenski e “numerosos” líderes europeus, da UE e da Otan para Berlim na segunda-feira.

Grupo E3

Há grande expectativa de que o presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, estejam na capital alemã. Juntamente com Merz, eles formam o chamado grupo “E3”. Também são esperados a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, e o secretário-geral da Otan, Mark Rutte.

O presidente finlandês, Alexander Stubb, que mantém excelentes relações com Trump, também confirmou oficialmente sua participação na cúpula de Berlim.

Segundo outros veículos da imprensa americana, o genro do presidente Trump, Jared Kushner, que também participou das negociações para tentar chegar a um acordo de paz para a Ucrânia, também viajará para a Alemanha, além de Witkoff.

A decisão de enviar a Berlim Witkoff, que liderou as negociações com a Ucrânia e a Rússia sobre o plano de paz apoiado pelos EUA, “ressalta o esforço acelerado para reduzir as divergências entre Kiev e Washington sobre os termos do acordo”, escreve o WSJ.

Posição comum

O objetivo das conversas é desenvolver uma posição comum para as negociações com a Rússia. A Ucrânia e seus aliados europeus acreditavam que uma versão inicial do plano de paz, apresentada em novembro pelo presidente dos EUA, Donald Trump, continha concessões excessivas a Moscou, consideradas inaceitáveis ​​tanto pela Europa quanto pelo país ocupado.

Kiev, com o apoio de líderes europeus, negocia há semanas com os EUA uma nova versão do documento inicial de 28 pontos proposto por Washington.

A contraproposta europeia, entregue aos EUA na última quarta-feira e que, segundo Zelenski, consiste atualmente em 20 pontos, trata principalmente da questão das concessões territoriais que a Ucrânia está disposta a fazer, de acordo com o governo alemão.

Zelenski afirmou na quinta-feira que as principais questões não resolvidas no plano de paz dizem respeito aos territórios de Donetsk e ao controle da usina nuclear de Zaporíjia, a maior da Europa e ocupada por tropas russas.

O presidente ucraniano explicou que, por ora, o lado americano propõe, como compromisso em relação à região leste de Donetsk, a retirada das tropas ucranianas da parte do território que ainda controlam, enquanto as tropas russas supostamente não entrariam nessa área.

A Ucrânia perdeu quase toda Luhansk no campo de batalha e controla menos de 25% do território de Donetsk, onde a Rússia avança lenta, mas firmemente.

Este território seria chamado de “zona econômica livre” ou “zona desmilitarizada” pelos EUA, embora sua governança permaneça incerta.

Zelenski também afirmou que o limite de efetivo para o Exército ucraniano, estabelecido no plano de paz, foi revisado para 800 mil soldados, em vez dos 600 mil iniciais.

O presidente ucraniano declarou ainda que recebeu um plano de garantia de segurança dos EUA – que está sendo negociado separadamente – que ele analisará com sua equipe e retornará com suas próprias propostas.

md (EFE, DPA, AFP, Reuters, EPD)